O presidente Jair Bolsonaro revelou nesta sexta-feira 14 que, após contrair a Covid-19 no ano passado, pressionou seu médico a lhe prescrever cloroquina, medicamento sem qualquer eficácia demonstrada contra a doença.
“Eu, quando senti o problema, chamei o meu médico. Tem alguns, né. O pessoal reclama, fazer o quê? Eles cuidam da minha saúde. Eles acham que é melhor eu estar vivo do que outro no meu lugar, no momento. Chamei o médico e ele falou: ‘Você está com todos os sintomas’. Daí, eu peguei a caixinha de cloroquina e ele falou: ‘Ah, vamos esperar um pouquinho mais’. Eu falei: ‘Ó, ô bicho, você quer voltar para a tropa ou quer que eu tome cloroquina agora?'”, declarou Bolsonaro, durante entrega de títulos de propriedade rural no Mato Grosso do Sul.
“A saúde é minha. É uma doença que ninguém sabe quase nada sobre ela. No dia seguinte, eu estava bom. Muita gente tomou isso, tomou ivermectina. Agora tem um novo que chegou aí. Chegou outro que não vou falar o nome aqui, porque vai ser criminalizado e salvou muitas vidas”, alegou, novamente sem apresentar qualquer evidência.
Mesmo com o avanço da CPI da Covid no Senado, o presidente insiste em propagar o uso de medicamentos rejeitados pela comunidade científica. Em diferentes ocasiões nas últimas semanas, ele afirmou que, se testar positivo para a Covid-19, tornará a recorrer a esses remédios.
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