‘Bolsonaro precisa dar explicações’ sobre esquema de rachadinha, diz Omar Aziz

O senador destacou que o Bolsonaro não deve agir como fez no caso Covaxin em que não desmentiu as acusações, apenas atacou os denunciantes

O senador Omar Aziz (PSD-AM). Foto: Pedro França/Agência Senado

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O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da Covid, classificou as denúncias sobre o esquema de rachadinha envolvendo o presidente Jair Bolsonaro como ‘muito graves’ e afirmou que Bolsonaro deve explicações sobre o caso. As declarações foram dadas em entrevista ao UOL nesta segunda-feira 5.

Segundo afirmou Aziz, as informações das gravações de Andrea Siqueira Valle, ex-cunhada do presidente, são ‘muito sérias’ e precisam ser investigadas.

“Infelizmente o chefe maior da Nação é denunciado por uma ex-cunhada dele, que fala como funcionava e o porque ele demitiu o irmão dela. São acusações muito graves e que o Ministério Público Federal tem que investigar e não pode deixar isso no ar”, afirmou.

Ainda de acordo com o senador, tão importante quanto as investigações é o próprio Bolsonaro responder essas acusações de forma direta sobre o seu envolvimento ou não no caso.

“É o próprio Bolsonaro quem tem que responder. Mas agora vou dar um conselho ao presidente: Não vai fazer como fez com o deputado Luis Miranda que acusa o presidente de ter envolvimento e, em vez do presidente responder o que Luis Miranda falou, ele ataca a CPI e ataca outros órgãos de comunicação. Mas o fato determinante que é a acusação, ele se esquiva com aqueles discursos superficiais e com palavras de ordem superficiais que não levam o Brasil a lugar nenhum, pelo contrário tem levado o Brasil ao fundo do poço”, acrescenta.

Para Aziz, se ficar comprovado que é a voz da ex-cunhada de Bolsonaro nas gravações, “ela deve saber muita coisa que ainda tem pra falar”.


O presidente da CPI ainda lamentou o fato de mais um integrante das Forças Armadas estar envolvido nas acusações de corrupção junto com Bolsonaro. A declaração é uma referência ao coronel da reserva do Exército Guilherme dos Santos Hudson, apontado por Andrea como o responsável por recolher o dinheiro do esquema de rachadinha no gabinete de Flávio Bolsonaro.

O coronel foi colega de Jair Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras, Aman, e é tio de Ana Cristina Valle, ex-mulher do presidente. Hudson chegou a ser nomeado no gabinete de Flávio por cerca de dois meses em 2018, mas segundo reportagem do UOL é conhecido há anos como funcionário da família Bolsonaro.

“É mais uma denúncia muito séria e novamente envolvendo um coronel. O presidente tem uma facilidade de colocar alguns oficiais do Exército em uma situação difícil, deixando o Exército brasileiro em uma situação constrangedora”, destacou Aziz.

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