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Bolsonaro muda discurso e diz não saber valor que irá vetar do fundão

Presidente disse que irá vetar o excedente, mas, diferente do que garantia na semana passada, afirma ainda não saber o valor exato

Foto: Reprodução/Redes Sociais
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O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira 30 não saber ao certo qual será o valor vetado do fundo eleitoral. Em entrevista à rádio Rock SP, o mandatário foi questionado sobre qual seria o valor sancionado do fundo eleitoral, mas se esquivou.

“Eu sou obrigado por lei a sancionar aquilo que a lei diz que é o fundão. Este excesso que foi criado agora por ocasião da LDO, isso vai ser vetado por nós. Eu não sei o valor exato aqui, mas acredito que o veto ultrapassará 2 bilhões de reais”, afirmou.

A jornalista reforçou a pergunta e questionou então se o fundão não seria os 4 bilhões prometidos por ele na semana passada. Novamente, Bolsonaro evitou afirmar um valor exato.

“Não. Eu vou vetar tudo o que exceder”, explicou e em seguida fez o ‘cálculo’: “Você pega tudo o que foi usado na campanha de 2018…isso é lei…aplica de lá para cá a inflação, será X mais Y, o que exceder isso aí eu vou vetar”, acrescentou.

O cálculo de Bolsonaro, porém, não está correto, segundo técnicos da Consultoria de Orçamento e Fiscalização da Câmara dos Deputados. Por lei, Bolsonaro é obrigado a sancionar somente 800 milhões de reais. A cifra é bem superior ao mínimo de 1,7 bilhão de 2018 que afirma ser obrigado a assinar e ainda mais distante dos 4 bilhões que prometeu na semana passada.

O discurso de Bolsonaro sobre o fundão vem mudando gradativamente desde que o Congresso aprovou o montante de 5,7 bilhões de reais no último dia 15.

De lá para cá, Bolsonaro já afirmou que iria vetar integralmente o valor. Dias depois, porém, recuou e passou a dizer que o veto seria apenas parcial, no excedente de 2 bilhões e, agora, passou a afirmar não saber ao certo o montante que será aprovado.

Confira algumas declarações que comprovam o ‘recuo’ de Bolsonaro sobre o fundão:

Dia 20 de julho, em entrevista à TV Brasil, o presidente garantiu que o veto seria integral:

“É uma cifra enorme, que no meu entender está sendo desperdiçada, caso ela seja sancionada. Posso adiantar para você que não será sancionada”

Dia 26 de julho, em conversa com apoiadores no cercadinho do Alvorada, recuou pela primeira vez e afirmou que aprovaria cerca de 4 bilhões:

“Deixar claro uma coisa. Vai ser vetado o excesso do que a lei garante. O extra de 2 bilhões será vetado. Espero não apanhar do pessoal aí, como sempre. Se começarem a bater muito, vão escolher no segundo turno Lula ou Ciro. A crítica é válida quando tem fundamento”

No dia 27 de julho, novo recuo em conversa com apoiadores, Bolsonaro passa a não tratar mais de valores e usa apenas a expressão ‘excesso’:

“Eu não posso vetar o Fundão porque estou deixando de cumprir a lei de 2017. Neste caso, extrapolaram, então eu posso vetar o excesso”

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