O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que viajou aos Estados Unidos em 30 de dezembro, afirmou que voltará ao Brasil em março para, supostamente, liderar a oposição ao presidente Lula (PT). A declaração foi concedida ao Wall Street Journal, conforme entrevista publicada nesta terça-feira 14.
Ao veículo, o ex-capitão disse que “perder é parte do processo” e que “não está dizendo que houve fraude, mas o processo foi enviesado”. Tentou, ainda, se afastar dos ataques golpistas de 8 de janeiro. “Golpe? Que golpe? Onde estava o comandante? Onde estavam as tropas, onde estavam as bombas?”
O ministro do STF Alexandre de Moraes, porém, acolheu em 13 de janeiro um pedido da Procuradoria-Geral da República e incluiu Bolsonaro em um inquérito que apura a instigação dos atos terroristas.
A peça da PGR se baseia, entre outros indícios, em um vídeo publicado por Bolsonaro em 10 de janeiro com mais uma leva de mentiras sobre o processo eleitoral. O post diz que Lula não foi escolhido pelo povo, mas “eleito pelo STF e pelo TSE”.
Na avaliação dos procuradores, ele cometeu incitação pública à prática de crime, conforme o artigo 286 do Código Penal.
Nesta terça, durante a cerimônia de recriação do programa Minha Casa, Minha Vida, Lula criticou Bolsonaro, a quem se referiu como “Bozo”.
“O ‘Bozo’ foi se esconder nos Estados Unidos com medo da minha posse”, afirmou o petista. “Não teve coragem de me encarar e transmitir a posse como uma pessoa normal faz. Quem colocou a faixa no meu pescoço foi uma companheira negra, catadora de material reciclável.”
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