O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a minimizar o número de mortes de crianças por Covid-19 no Brasil. Em declaração neste sábado, apenas um dia após participar do enterro da própria mãe, Olinda Bolsonaro, no interior de São Paulo, o ex-capitão classificou o volume de óbitos infantis como ‘insignificante’.
“Eu desconheço criança baixar no hospital. Algumas morreram? Sim, morreram. Lamento, profundamente, tá. Mas é um número insignificante e tem que se levar em conta se ela tinha outras comorbidades também”, disse Bolsonaro, conforme registrou o jornal Folha de S. Paulo deste sábado.
Segundo o Instituto Butantan, a Covid-19 já matou mais de 1.449 crianças com idades entre zero e 11 anos no Brasil. Ainda de acordo com o comunicado do instituto, a doença também deixou milhares de crianças com outras sequelas.
Na conversa, o presidente também voltou a criticar a vacinação infantil e destacar ‘efeitos adversos’. Os eventos, no entanto, não representam número significativo até o momento.
“A vacina para crianças não é obrigatória. E tem que ser falado o quê por ocasião da vacinação? Quem for aplicar a vacina? Olha, tá aqui teu filho, de cinco anos de idade. Ele pode ter palpitação, dores no peito e falta de ar. Vai ser dito para ele, como está no despacho do Lewandowski”, afirmou Bolsonaro, repetindo a narrativa que tem repercutido entre negacionistas.
Ele voltou ainda a criticar o ex-presidente Lula (PT). Ao atacar o adversário, reconheceu que o brasileiro se alimentava melhor no governo do petista.
“Quando se fala ‘no meu governo se comia melhor’… O Lula governou sem teto [de gastos]. Podia gastar à vontade”, disse ao tentar justificar a crise pela qual atravessa o País durante sua gestão.
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