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Bolsonaro diz que acordo entre WhatsApp e TSE é ‘inadmissível’ e ‘não será cumprido’
Novos recursos do aplicativo só entrarão em funcionamento no Brasil após as eleições

O presidente Jair Bolsonaro aproveitou a motociata em São Paulo nesta sexta-feira 15 para fazer novos ataques ao Tribunal Superior Eleitoral. Desta vez, o ex-capitão mirou um acordo entre a Corte e o WhatsApp para o pleito deste ano.
Em fevereiro, o aplicativo acertou com o TSE os caminhos para combater a desinformação durante o processo eleitoral. Na ocasião, o CEO do WhatsApp, Will Carhcart, se comprometeu a não executar nenhuma mudança significativa no Brasil antes das eleições.
Na última quinta-feira 14, o WhatsApp anunciou uma nova ferramenta de comunidades, que permitirá ampliar o alcance de grupos. O recurso será testado em vários países, mas só deve chegar ao Brasil após as eleições.
“E já adianto que isso que o WhatsApp está fazendo no mundo todo, sem problema. Agora, abrir uma excepcionalidade no Brasil, isso é inadmissível e inaceitável”, disse Bolsonaro durante a motociata. “Não vai ser cumprido esse acordo que porventura eles realmente tenham feito com o Brasil, com informações que eu tenho até este momento.”
A ideia do novo recurso do WhatsApp é permitir a criação de grupos com milhares de pessoas: a princípio, as comunidades, que buscam atingir pequenos grupos com o mesmo interesse, teriam limite de 10 grupos com 256 integrantes cada, mas o aplicativo estuda a possibilidade de aumentar o número para 512 usuários por grupo e também elevar a quantidade de grupos por comunidades.
“Dado os muitos comentários que recebemos, achamos que podemos fazer mais para facilitar a ajuda às pessoas a gerenciar essas conversas ocupadas entre esses tipos de grupos. (…) As comunidades também conterão novas ferramentas poderosas para administradores, incluindo mensagens de anúncio enviadas a todos e controle sobre quais grupos podem ser incluídos”, disse a empresa em press release. Outros aplicativos de mensagens instantâneas como o Telegram permitem grupos com números ilimitados de usuários, modelo que o WhatsApp deixou claro que não pretende seguir.
“Enquanto outros apps estão criando conversas para centenas de milhares de pessoas, nós escolhemos ajudar os grupos que fazem parte do nosso dia a dia. Esse é o começo das Comunidades do WhatsApp, e nosso foco para este ano é desenvolver novos recursos para dar suporte a elas.”
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