O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, questionou “como seria” se os Estados Unidos fossem vistos como um país que interfere nas eleições de outras nações, durante discurso nesta quarta-feira 16. O chefe da Casa Branca havia realizado uma reunião com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, momentos antes do discurso.
“Como seria se os Estados Unidos fossem vistos pelo resto do mundo como interferindo diretamente nas eleições de outros países, e todos soubessem disso?”, indagou Biden, em Genebra, na Suíça. “Como seria se nos engajássemos nas atividades em que ele está envolvido?”, completou.
Washington tem ameaçado tomar atitudes caso Moscou siga praticando supostas interferências nas eleições americanas. Segundo Biden, os Estados Unidos têm “capacidade cibernética significativa” e responderão na mesma moeda.
“Isso diminui a posição de um país que está tentando desesperadamente garantir que mantenha sua posição como uma grande potência mundial”, acrescentou.
Putin, no entanto, negou as acusações.
Biden e Putin realizaram sua primeira cúpula presencial nesta quarta-feira 16. De acordo com o jornal americano The New York Times, os líderes trataram de questões como ameaças militares e direitos humanos. Os conflitos na Ucrânia também foram pautados.
A declaração de Biden sobre interferência americana em outros países gerou estranheza de observadores internacionais. Colunista de CartaCapital, Glenn Greenwald lembrou de casos de intromissão dos Estados Unidos na ditadura brasileira de 1964, na Operação Lava Jato e em demais países da América Latina, como a Bolívia. “Como seria”, ironizou o jornalista, nas redes sociais.
"Como seria se os EUA fossem vistos pelo resto do mundo como interferindo diretamente nas eleições de outros países???" — Joe Biden, hoje: #ComoSeria???? pic.twitter.com/PLEZiu4yCB
— Glenn Greenwald (@ggreenwald) June 16, 2021
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login