CartaExpressa

Barroso suspende quebras de sigilo da CPI da Covid; confira o que a comissão pretende apurar

A decisão do ministro do STF acolhe os pedidos de dois ex-servidores do Ministério da Saúde

Barroso suspende quebras de sigilo da CPI da Covid; confira o que a comissão pretende apurar
Barroso suspende quebras de sigilo da CPI da Covid; confira o que a comissão pretende apurar
Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal. Foto: Rosinei Coutinho/STF
Apoie Siga-nos no

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, suspendeu nesta segunda-feira 14 as quebras dos sigilos de dois ex-servidores do Ministério da Saúde: Camila Giaretta Sachetti, ex-diretora do departamento de Ciência e Tecnologia da pasta, e Flávio Werneck, ex-assessor de Relações Internacionais.

As quebras haviam sido autorizadas pela CPI da Covid, mas, segundo Barroso, o colegiado não esclareceu os motivos pelos quais as informações deveriam ser compartilhadas.

De acordo com o magistrado, a passagem pelo Ministério da Saúde por si só não justifica a quebra dos sigilos de “elementos que integram aspectos da intimidade e da vida privada daqueles indivíduos e de suas comunicações, sendo resguardados do acesso e conhecimento de terceiros e do Estado, por força de comandos constitucionais e legais”. A decisão de Barroso foi tomada em caráter liminar. O ministro analisará o mérito do tema após manifestação do Senado.

Ambos os requerimentos que solicitaram as quebras foram apresentados pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). No caso de Werneck, o parlamentar escreveu: “O Sr. Flávio Werneck, nesse contexto de pandemia – uma epidemia mundial – ocupava a função de Assessor de Relações Internacionais do então Ministro da Saúde, o Sr. Eduardo Pazuello. Cabia-lhe, assim, precisamente, assessorar o agente político responsável pela condução do Ministério da Saúde diante desse processo no que tange ao seu relacionamento com instituições públicas e privadas internacionais relacionadas ao tema da saúde”.

Ao justificar a quebra do sigilo de Sachetti, Vieira argumentou que o objetivo é “evidenciar de que maneira a servidora interveio no processo de vacinação, no exercício do seu cargo de Diretora, e como ela reagiu às constantes investidas do Palácio do Planalto e do alto escalão do Ministério da Saúde em relação ao uso da hidroxicloroquina e cloroquina, bem como as ocasiões em que as vacinas foram colocadas em dúvida por membros do governo federal”.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo