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Barroso diz que a democracia venceu e pede o fim de ‘antagonismos artificiais’
O novo presidente do STF defendeu equilibrar interesses aparentemente antagônicos: ‘O sucesso do agro não é incompatível com a proteção ambiental’


Em seu discurso de posse na presidência do Supremo Tribunal Federal, nesta quinta-feira 28, o ministro Luís Roberto Barroso afirmou que a democracia venceu no Brasil e que é preciso aprofundar o processo de pacificação. Ele substitui no comando da Corte a ministra Rosa Weber.
Segundo ele, é necessário “acabar com os antagonismos artificialmente criados para nos dividir”.
“O sucesso do agronegócio não é incompatível com a proteção ambiental, ao contrário. Combate eficiente à criminalidade não é incompatível com respeito aos direitos humanos. Enfrentamento à corrupção não é incompatível com o devido processo legal.”
Barroso ainda disse que, na presidência do Supremo, pretende ouvir “trabalhadores e empresários, comunidades indígenas e agricultores, produtores rurais e ambientalistas”.
“Também conservadores, liberais e progressistas. Ninguém tem o monopólio do bem e da virtude”, prosseguiu. “A vida na democracia é a convivência civilizada dos que pensam diferente.”
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