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Barroso defende punição a envolvidos no 8 de Janeiro para que empreitada golpista ‘não se repita’
O presidente do Supremo reconheceu que a Corte enfrenta as consequências de julgar o caso


O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, defendeu uma punição adequada aos invasores da praça dos Três Poderes, nos atos golpistas do 8 de Janeiro.
Ao discursar em um evento do banco BTG Pactual, nesta quarta-feira 26, Barroso sustentou que a punição aos envolvidos nos atos golpistas serviria para evitar novos atos da mesma natureza no país.
“A visão do Supremo é que não punir adequadamente esse crime seria um incentivo para que se repita, para quem perder da próxima vez [as eleições] não ache que pode fazer a mesma coisa”, sinalizou Barroso.
“Precisamos encerrar o ciclo da história brasileira em que a quebra da legalidade constitucional fazia parte da rotina como sempre foi na vida brasileira”, disse o ministro.
Barroso reconheceu, contudo, que a Suprema Corte enfrenta as consequências de julgar o caso, que, segundo ele, é uma expressão de “certo dissenso na sociedade”.
“Acho que o país acalmou do ponto de vista institucional, do ponto de vista das relações entre os poderes”, disse Barroso. “Na perspectiva do Supremo, nós ainda enfrentamos as circunstâncias que advém dos julgamentos do 8 de janeiro, que ainda, de certa maneira, traz um certo dissenso na sociedade”, apontou.
Até o momento, o STF já condenou 371 pessoas pelos atos golpistas. No total, foram 1.552 ações ingressadas, das quais 527 terminaram com acordos na Justiça.
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