Barroso critica ‘balelas’ e ataques de Bolsonaro às urnas: ‘Difícil entender essa obsessão’

'Um presidente eleito pelo voto popular, com 58 milhões de votos, diuturnamente atacava o sistema pelo qual se elegeu', lamentou o ministro

Luís Roberto Barroso e Jair Bolsonaro. Fotos: Roberto Jayme/TSE e AFP

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O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso, reforçou nesta quarta-feira 22 a segurança e a possibilidade de auditoria do sistema eletrônico de votação. O ministro criticou os argumentos apresentados pelo presidente Jair Bolsonaro que levaram parte de seus eleitores a duvidar da legitimidade das urnas eletrônicas.

“Um presidente da República eleito pelo voto popular, com 58 milhões de votos, diuturnamente atacava o sistema pelo qual ele se elegeu. De modo que é natural que algum grau de desconfiança se tenha criado, pela utilização da máquina governamental contra um modelo”, disse Barroso em evento virtual promovido pela Associação Brasileira de Imprensa. “Mesmo assim, um grau de desconfiança pequeno. Uma pesquisa do Datafolha demonstrou que cerca de 70% da população acredita e prefere o sistema de votação eletrônico”.

Barroso voltou a explicar que “o resultado das eleições sai da boca da urna, quando ela imprime o Boletim de Urna, e todos os candidatos já podem saber quantos votos tiveram”.

“De modo que é uma balela essa história de que a urna não é auditável e de que seis pessoas em uma sala fechada no TSE é que fazem a apuração. A apuração é feita nas quase 500 mil seções eleitorais quando imprimem o boletim. Ali acabou a eleição. Nunca deu diferença”.

Bolsonaro já declarou em diversas ocasiões que “meia dúzia de pessoas têm a chave de tudo” e que servidores do TSE contariam os votos em uma “sala secreta”.

Segundo Barroso, “é difícil de entender e explicar essa obsessão contrária a um sistema que tem funcionado tão bem até hoje”.


 

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