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Aziz detalha crimes de Bolsonaro na pandemia e não acredita em blindagem de Aras
Crimes contra a vida, crime sanitário, omissão e prevaricação seriam alguns dos crimes imputados contra o presidente e seus aliados
O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que o presidente Jair Bolsonaro e sua equipe cometeram crimes contra a vida, crime sanitário, omissão e prevaricação. De acordo com o parlamentar, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, todos os delitos constarão no relatório final de maneira robusta para evitar qualquer blindagem em favor do presidente.
Ao ser questionado sobre o que será imputado à gestão federal ao fim da comissão, o senador respondeu: “Crime contra a vida, que é a questão do tratamento precoce propagado. […] Crime sanitário, omissão do governo, e aí não é só em relação ao governo federal, ao que aconteceu na cidade de Manaus, com a falta de oxigênio”.
Aziz acrescenta ainda que irá incluir o crime de prevaricação contra Bolsonaro por não levar adiante a investigação das irregularidades das quais teve conhecimento na compra da Covaxin.
“O presidente entra quando é alertado pelo Luís Miranda, ele não toma providência”, explica.
Aziz ainda não faz relações diretas da atuação de Bolsonaro para tirar vantagem na compra de vacinas ou remédios. As irregularidades com membros do governo, no entanto, estariam comprovadas.
Na entrevista, o presidente da comissão também avaliou as chances da CPI ‘terminar em pizza’, ou seja, de não ter efetividade na apuração e punição dos crimes apontados no relatório final pelo alinhamento de Augusto Aras, procurador-geral da República, com o atual presidente.
Para ele, apesar do alinhamento, a chance de uma blindagem por parte de Aras é praticamente zero, uma vez que o relatório ‘é muito consistente’ e indiciará muitas pessoas além do presidente.
“Augusto Aras não é dono da verdade, não pode sentar [no relatório]. Você está falando só em relação ao presidente. Tem outros fatores, nem tudo passa pelo Augusto Aras. E mesmo assim você pode levar ao Supremo notícia-crime, e o Supremo manda o Ministério Público abrir o procedimento, já aconteceu isso”, avalia Aziz. “Não menosprezem o acompanhamento da sociedade brasileira. Tu está achando que o cara vai matar isso no peito [e arquivar] e vai dizer: ‘Não, pera aí, eu mato isso no peito e vou resolver’. Não é assim, não”, complementa o senador.
Aziz também afirmou que a CPI já chegou aos seus objetivos finais e não acredita em um prolongamento da comissão para ouvir novos depoentes como o ministro da Saúde Marcelo Queiroga.
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