CartaExpressa
Audiência de Marina Silva na Câmara é marcada por bate-boca com bolsonaristas
A reunião aconteceu na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural
A audiência realizada nesta quarta-feira 16 ma Câmara dos Deputados com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foi marcada por bate-boca da ministra com parlamentares bolsonaristas. A reunião aconteceu na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural.
A deputada Júlia Zanatta (PL-SC), ao perguntar sobre o repasse de verbas para organizações não-governamentais, questionou se a ministra seria “capacho de ONGs”. Em resposta, Marina criticou o que chamou de discurso por “encomenda para fazer lacração”. “A senhora acha que vai me intimidar? Me desculpe, mas não vai“, disse Marina durante a discussão.
“Capacho é vir aqui com falinha mansa fazer acusação inverídica, isso é ser capacho”. Ainda disse que a parlamentar agora defenderia a pauta ambiental “por conveniência”.
O deputado Evair de Melo (PP-ES) acusou a ministra de “desviar das perguntas objetivas” e insinuou de que ela estaria “adestrada” pela sua assessoria. “Adestramento? Quem que é adestrado? Tenha santa paciência. O senhor não vai me dizer que eu sou uma pessoa adestrada”, rebateu.
A ministra foi chamada a pedido dos deputados Evair Vieira de Melo e Rodolfo Nogueira (PL-MS), para ouvir questionamentos sobre o impacto das queimadas na produção agropecuária. Na sua fala, Marina alertou que todo o esforço preventivo e de enfrentamento não será suficiente se o fogo por ação humana não acabar, seja se origem culposa, sem intenção, ou dolosa, “quando se tem a intenção deliberada de queimar”.
“No caso de São Paulo, os incêndios começaram 10h45 da manhã. À uma da tarde, 17 municípios já estavam pegando fogo. Em mais de 300 cidades foi ateado fogo e mais de 26 pessoas foram presas, porque o faziam de forma criminosa”, afirmou.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.



