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Associação que defende porte de armas elegeu 57 candidatos no 1º turno das municipais
Levantamento do Instituto Fogo Cruzado indica taxa de 27% de sucesso; Mato Grosso do Sul foi o estado com o maior número de eleitos


A Associação Nacional Movimento Pro Armas, conhecida pela sigla Proarmas, conseguiu eleger 57 candidatos no primeiro turno das eleições, de um total de 211 candidaturas apoiadas. Os dados são de um levantamento inédito feito pelo Instituto Fogo Cruzado. Entre os prefeitos, dos 40 que defendiam o discurso armamentista, 11 foram eleitos. E entre os 170 vereadores, 46 venceram o pleito eleitoral. O movimento armamentista também apoiou um candidato a vice-prefeito, mas ele não foi eleito.
O levantamento mostra ainda que das 5.569 cidades do Brasil, 167 delas tinham candidatos apoiados pelo movimento Proarmas nas eleições municipais de 2024.
Com 63 candidatos concorrendo, Mato Grosso do Sul foi o estado com o maior número de eleitos (16), seguido de Minas Gerais (nove eleitos entre os 23 que concorriam); São Paulo (oito eleitos entre 25 candidatos); e Goiás (sete eleitos entre 20 candidatos).
Criado em 2020, o Proarmas defende a ampliação do direito ao porte e posse de armas de fogo para civis no Brasil. O grupo se posiciona agressivamente no debate público, com uma retórica que privilegia a cultura armamentista em detrimento de discussões sobre segurança pública.
Para Maria Isabel Couto, diretora de Dados e Transparência do Instituto Fogo Cruzado, o avanço político de movimentos como o Proarmas vem ocorrendo sem uma resposta à altura por parte dos defensores do controle de armas.
“A defesa da expansão do armamento civil há anos conta com uma bancada ativa no Congresso Nacional. A novidade que vimos em 2022 é uma maior organização entre candidatos, liderada pelo Proarmas [Associação Nacional Movimento Pro Armas]. Mais organizados, elegeram 33 nomes em todo o país. Agora, nas eleições municipais, constatamos que esse movimento continua, com os mais de 50 eleitos”, observa.
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