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As justificativas de Mourão para seu ‘sumiço’ durante a tragédia no Rio Grande do Sul

O general bolsonarista, eleito pelo estado, disse que uma eventual participação nas ações em solo gaúcho poderia configurar desvio da sua função como senador

O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS). Foto: Pedro França/Agência Senado
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O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) tratou, nesta sexta-feira 24, das cobranças que tem recebido por não ter se mostrado presente durante a tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul. Ele foi eleito pelo estado em 2022.

“Vamos lembrar sempre que eu sou um homem de 70 anos de idade. Quantos homens de 70 anos de idade estão no meio da água aí?”, respondeu o militar ao ser questionado pelo seu ‘sumiço’ durante uma entrevista à Rádio Gaúcha, nesta sexta-feira 24.

“Vocês querem alguém da minha idade salvando gente, mas eu não vejo isso como minha função. Estaria tendo um desvio de função“, emendou, também, o político.

O senador disse, ainda, que sua função seria estar em Brasília para ajudar a destinação de recursos ao estado, e não estar em solo gaúcho durante as enchentes. Ele alega que, apesar de não considerar a ida ao estado como parte das suas atribuições, foi a Porto Alegre por quatro dias, no início de maio, quando voltou para Brasília via Florianópolis.

“No dia 6, o senador Rodrigo Pacheco decidiu, então, criar uma comissão externa para acompanhar a situação do Estado. Nós fizemos a primeira reunião no dia 7, à noite, e no dia 9 eu apresentei o plano de trabalho. No dia 16, nós tínhamos a previsão de vir aqui, mas como o presidente Lula veio, nós tivemos, obviamente, que mudar a data”, relatou.

“Ontem [quinta-feira 23], a comissão esteve aí na Grande Porto Alegre, para a sua primeira agenda externa. Estamos trabalhando em cima de legislação, de agilizar a entrega de recursos, convencer os nossos irmãos parlamentares de destinar emendas que eram para os seus Estados para o Rio Grande do Sul”, insistiu Mourão.

Por fim, o general bolsonarista classificou as cobranças como uma ‘exploração política’ da tragédia.

“Eu vejo, muitas vezes, a presença de ‘ah, vou carregar um saco de ração, vou carregar uma doação’, isso acaba gerando uma visão de exploração política da tragédia das pessoas. Então, pela minha maneira de ser, eu sou uma pessoa mais discreta nessa coisa. Já mandei inúmeras carretas de doação sem falar nada, não compete a mim estar falando nisso.”

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