Uma revisão nos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) derrubou de 142.690 para 75.883 o número de empregos com carteira assinada em 2020. A queda é de 46,82% em relação ao número divulgado pelo governo federal em janeiro deste ano. A informação foi antecipada pelo R7.
O resultado anterior foi amplamente comemorado pelo presidente Jair Bolsonaro que destacou o ‘sucesso’ do seu governo durante a pandemia. Tanto o presidente, quanto o ministro da Economia, Paulo Guedes, usaram o dado para defender a tese de que o Brasil foi um dos países que menos sofreram economicamente no último ano. Nas declarações, Guedes e Bolsonaro atribuíam o saldo positivo aos programas BEm e Pronampe, criados pelo governo federal no período.
Os novos números, no entanto, indicam um resultado bem menor do que o anunciado. A revisão mostrou que em 2020 o Brasil teve 15,361 milhões de demissões, 2,2% a mais do que o divulgado em janeiro. Ao mesmo tempo, mostrou um salto de apenas 1,8% nas contratações, que somaram 15,437 milhões no ano, gerando a redução no volume final.
O Ministério do Trabalho e Previdência, atual responsável pelo Novo Caged, em nota encaminhada ao portal R7 nesta quarta-feira 3, informou que a revisão é fruto de declarações feitas pelas empresas fora do prazo. De acordo com a pasta, as declarações podem ser incorporadas às estatísticas em até 12 meses após as demissões ou contratações, o que faz com que o resultado final de 2020 possa ser alterado até dezembro de 2021.
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