O presidente da Fundação Palmares, Sergio Camargo, desistiu de contrariar uma determinação da Justiça que o impediu de se desfazer ou danificar obras do acervo da entidade consideradas por ele “marxistas, bandidólatras, de perversão sexual e de bizarrias”. A informação é do jornal O Globo.
Quando a Justiça do Rio de Janeiro concedeu uma liminar oficializando a proibição, em 23 de junho, Camargo foi às redes sociais para dizer que recorreria da decisão. No entanto, nenhuma movimentação jurídica nesse sentido foi feita.
O bolsonarista passou, então, a declarar que as obras seriam colocadas no que chamou de “Ala da Vergonha” ou do “Aparelhamento”.
Entre os títulos dos quais ele pretendia se desfazer estavam um raro exemplar de Almas mortas, do escritor russo Nikolai Gógol, o Dicionário do folclore brasileiro, de Luís da Câmara Cascudo, e escritos de Caio Prado Jr., Celso Furtado, Eric Hobsbawm, Karl Marx e Max Weber.
Na decisão da Justiça ficou estipulada uma multa de 500 reais por cada exemplar de que Sergio Camargo se desfizesse.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login