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Após apagão, executivo da Enel diz que empresa está fazendo ‘um trabalho incrível’ em SP

Desde a última sexta-feira 2, bairros em São Paulo e na Grande São Paulo estão sem energia elétrica; a previsão de normalização era até esta terça-feira 7

Após apagão, executivo da Enel diz que empresa está fazendo ‘um trabalho incrível’ em SP
Após apagão, executivo da Enel diz que empresa está fazendo ‘um trabalho incrível’ em SP
Nicola Cotugno, executivo da Enel. Foto: Arquivo pessoal/Divulgação
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O presidente da Enel Brasil, Nicola Cotugno, classificou a atuação da companhia após o temporal da última sexta-feira 3, que deixou milhares de paulistanos sem luz durante cinco dias, como “incrível”. Segundo o executivo, a queda de energia teria sido um “evento extraordinário”. As declarações foram dadas nesta terça-feira 7 em uma entrevista ao jornal Folha de S. Paulo

Ao ser questionado sobre como a empresa reagirá à queda na reputação após o apagão, Cotugno pontuou que funcionários da Enel também foram afetados e que não houve negligência. “Quando chega um furacão no Texas, o problema não é a empresa elétrica, é o furacão. Aqui estamos acostumados com eventos menores, mas se olharmos de forma racional e não emocional, a gente está fazendo um trabalho incrível por um fenômeno pelo qual não tivemos controle”, destacou.

Até a noite de ontem, ao menos 315 mil imóveis na Grande São Paulo ainda permaneciam desabastecidos. Com o prolongamento da crise de energia, o governo Lula deu, a contar da segunda-feira 6, 24 horas para que a Enel detalhe ações sobre o fornecimento de energia no Estado.

A empresa italiana adquiriu, em 2018, 73% das ações da estatal Eletropaulo, tornando-se a acionista majoritária da companhia de energia elétrica. A transação foi concretizada por 1,48 bilhão de dólares (cerca de 5,5 bilhões de reais, nos valores da época). Em dezembro daquele ano, a Eletropaulo passou a se chamar Enel Distribuição São Paulo.

De 2019 até o momento, a Enel promoveu um corte de 36% no seu quadro de funcionários. Em 2019, a empresa contabilizava 23.835 colaboradores, entre próprios e terceirizados. O número passou para 15.366 no terceiro trimestre de 2023. O corte no efetivo ocorre nos mesmos anos em que o número de consumidores atendidos pela empresa subiu 7%.

De acordo com o Cotugno, no entanto, o corte de funcionários não teria relações com a demora da empresa para restabelecer a energia na Grande São Paulo. Isso porque, segundo o executivo, a maioria das demissões teria ocorrido no setor administrativo e não na equipe de campo da empresa. A falta de mão de obra, porém, é apontada constantemente como um dos fatores que levou ao apagão e também teria contribuído com a baixa qualidade do serviço ofertado pela Enel no estado.

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