O bolsonarismo nas redes sociais foi engolido pelo antibolsonarismo no domingo 27. Enquanto os apoiadores do ex-capitão desejavam discutir o lançamento extraoficial de sua pré-candidatura à Presidência, a esmagadora maioria dos usuários atropelou o evento do PL e impulsionou as manifestações sobre a tentativa de censura a artistas no Lollapalooza, em São Paulo. A avaliação é de Pedro Barciela, analista de redes sociais online com foco em política.
Segundo o monitoramento do especialista, bolsonaristas representam somente 10,8% dos usuários que citaram o presidente no Twitter ao longo do domingo. Para Barciela, “o foco dos 87% que compõem o antibolsonarismo não foi o tal lançamento”.
“O que até então chamavam de um possível lançamento de pré-candidatura ficou totalmente em segundo, terceiro, quarto plano. O que foi debate no domingo é a questão do Lollapalooza, da censura, dos artistas se posicionando. E esse volume de menos de 11% do bolsonarismo presente no debate sobre Bolsonaro é extraordinário”, disse Barciela a CartaCapital. “Nem nos piores momentos da CPI da Covid ele chegou a índices tão baixos.”
Pedro Barciela menciona a tendência de polarização das redes sociais, expressa muitas vezes por uma “dependência” entre bolsonarismo e antibolsonarismo. Mas, no domingo, o cenário foi diferente.
“A partir do momento em que o bolsonarismo passa a ter menos de 11%, significa que o antibolsonarismo naquele momento foi independente do bolsonarismo. Não houve uma relação entre os dois. O antibolsonarismo se alimentou do próprio antibolsonarismo.”
Assim, “por mais que o bolsonarismo quisesse falar sobre pré-candidatura, seria irrelevante, porque quem pautava o debate era o antibolsonarismo”.
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