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Alvo da PF por ‘crime contra a honra’ de Bolsonaro, Ciro aciona o STF
O presidente usa o cargo ‘para a consecução de interesses privados’, segundo o pedetista


O ex-ministro Ciro Gomes, provável candidato do PDT à Presidência em 2022, protocolou nesta sexta-feira 26 no Supremo Tribunal Federal uma notícia-crime contra o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça, André Mendonça, pelo crime de advocacia administrativa.
A decisão do pedetista é uma resposta à tentativa de Bolsonaro de torná-lo alvo da Polícia Federal por suposto crime contra a honra do presidente.
O pedido de inquérito foi assinado por Bolsonaro, por meio da Subchefia de Assuntos Jurídicos da Secretaria-Geral da Presidência. Posteriormente, foi conduzido pelo ministro da Justiça, André Mendonça.
A declaração de Ciro que motivou a reação de Bolsonaro foi feita em entrevista à Rádio Tupinambá, do Ceará, em novembro do ano passado.
“Qual foi o serviço do Moro no combate à corrupção? Passar pano e acobertar a ladroeira do Bolsonaro. Por exemplo, o Coaf, que descobriu a esculhambação dos filhos e da mulher do Bolsonaro, que recebeu 89 mil reais desse (Fabrício) Queiroz, que foi preso e é ladrão, ladrão pra valer, ligado às milícias do Rio de Janeiro. E onde estava o senhor Sérgio Moro? Acobertando”, disse Ciro na ocasião.
Ao acionar o STF nesta sexta, Ciro afirma que, “no caso em apreço, tanto o Presidente da República quanto o Ministro da Justiça e Segurança Pública utilizam-se dos cargos que ocupam para a consecução de interesses privados”. Ciro assina a ação com o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi.
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