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Alckmin defende punição para militares envolvidos no 8 de Janeiro
Vice-presidente avalia que, no episódio, Forças Armadas foram induzidas a um erro pela gestão de Jair Bolsonaro no Planalto
O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) defendeu, nesta quarta-feira 10, que militares envolvidos no 8 de Janeiro também recebam punições rigorosas. A declaração consta em uma entrevista do político ao jornal Folha de S. Paulo.
Na publicação, Alckmin avalia que as punições ‘estão só começando’ e que é possível vislumbrar um cenário com fardados punidos.
“[A punição aos invasores] É um capítulo que ainda nem começou. A devida punição é importante porque o processo é grave. Você percebe que muitas pessoas que participaram, um pouco por desconhecimento, foram, às vezes, usadas. Esse é um processo investigatório que precisa ser feito”, inicou.
Em seguida, o vice-presidente diz não considerar a pena imposta até aqui a 30 golpistas pelo Supremo Tribunal Federal como excessiva, mas cobra que ‘instâncias maiores’ no grupo golpista também sejam atingidas. É neste ponto em que Alckmin, então, defende a sanção contra militares.
“Não é possível punir só quem estava ali dentro. Quem incitou tudo isso? Quem estimulou? Quem distribuiu fake news? Quem financiou? Pode ser civil, pode ser militar, servidor público, privado, não importa. A lógica da República é que a lei é para todos. Aliás, digo mais: quanto maior a responsabilidade, a autoridade, o poder, maior deve ser o cumprimento da lei”, conclui.
Na mesma entrevista, o político também avaliou que as Forças Armadas cometeram um erro ao não impedirem o acampamento em frente ao quartel de Brasília, local de onde saiu a onda de invasores das sedes dos Três Poderes. Na sua visão, porém, houve um ‘desvirtuamento’ da instituição militar pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), algo que já estaria corrigido na nova gestão após a troca de comando do Exército.
“As Forças Armadas jamais poderiam ter permitido chegar perto [dos quartéis]. Houve no governo passado uma visão equivocada, desvirtuada, induzida pela política, mas que também foi rapidamente rechaçada. E a substituição do comandante do Exército [Júlio César de Arruda, em 21 de janeiro de 2023] foi necessária e relevante. Já havia uma postura dele no governo anterior, na transição de governo, inadequada. O que a gente ouvia naquele momento era que não teria sido prudente a sua nomeação”, avaliou o pessebista.
Ainda na conversa, Alckmin diz ‘não ter dúvida de que Bolsonaro não tem nenhum apreço pela democracia’.
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