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Advogado que acusou Moro e Deltan prepara volta ao Brasil e juiz determina proteção da PF
Tacla Duran afirmou em depoimento sido alvo de um ‘bullying processual’ no âmbito da Lava Jato


O advogado Rodrigo Tacla Duran estará no Brasil em 14 de abril para uma audiência de justificação diante do Ministério Público Federal e da Polícia Federal.
No final de março, Duran afirmou em depoimento – por videoconferência direto de Madrid – ter sido alvo de um “bullying processual” no âmbito da Lava Jato. Ele também declarou ter sido vítima de uma suposta tentativa de extorsão e citou o ex-juiz Sergio Moro, atualmente senador pelo União Brasil, e o ex-procurador Deltan Dallagnol, hoje deputado federal pelo Podemos.
O juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR), Eduardo Appio, determinou que a Polícia Federal deve “garantir a integridade física da testemunha protegida [Duran]”. Segundo o magistrado, “as medidas requeridas devem ser executadas pela secretaria da vara com a máxima prioridade, no intuito de fornecer às autoridades espanholas todos os elementos necessários para o embarque da testemunha protegida em território espanhol”.
Tacla Duran alega ter pago 613 mil dólares em 2016 a um advogado ligado a Moro para não ser preso. Em nota divulgada após o depoimento do advogado, a assessoria do ex-juiz sustentou que seu cliente é alvo de “calúnias” e não teme “qualquer investigação”. Deltan, por sua vez, se referiu a Eduardo Appio como “juiz lulista e midiático, que nem disfarça a tentativa de retaliar contra quem, ao contrário dele, lutou contra a corrupção”.
Como houve menção a parlamentares na oitiva, Appio decidiu encaminhar os autos ao ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, que já determinou uma manifestação do Ministério Público Federal. Agora, cabe ao procurador-geral Augusto Aras decidir se abrirá uma investigação sobre o suposto crime de extorsão.
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