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ABL repudia censura a livro em vestibular após pressão de deputado bolsonarista

A Universidade de Rio Verde (GO) excluiu a obra da lista obrigatória do exame, após o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) classificar a obra como “pornográfica”

Créditos: Reprodução
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A Academia Brasileira de Letras classificou como “arbitrária”, a retirada do livro Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios, de Marçal Aquino, do vestibular da Universidade de Rio Verde (UniRV), em Goiás. 

A instituição removeu a obra da lista de leituras obrigatórias, após pressão do deputado bolsonarista Gustavo Gayer (PL-GO), que classificou a obra como “pornográfica”, em suas redes sociais. 

Para a ABL, a universidade “cedeu a pressões políticas obscurantistas”. “A Academia Brasileira se solidariza com o escritor Marçal Aquino e deplora a censura de que foi alvo seu romance ‘Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios'”, escreveu a instituição em nota publicada na segunda-feira 1. 

A obra foi excluída do vestibular da Universidade do Rio Verde (UniRV- Goiás), que cedeu a pressões políticas obscurantistas. Engajamo-nos ao lado de todos os que desejam revogar a arbitrária proibição“, concluiu.

Em posicionamento, a editora Companhia das Letras, responsável pela publicação em 2005, explica que “o livro explora temas como amor, traição, violência e redenção”, e não tem o intuito obsceno levantado pelo parlamentar. 

A universidade admitiu que a exclusão da obra se deu após a polêmica com Gayer e esclareceu que as indicações de obras ficam a critério dos professores.

Sobre isso, o autor do romance, Marçal Aquino, questionou qual seria o preparo do deputado para influenciar essa decisão na instituição.

“Se a pressão de um deputado é maior do que sua própria comissão avaliadora, então colocaram sob suspeição todos os demais livros do vestibular. Recusam o debate e simplesmente censuraram. A cara do Brasil de hoje”, afirmou Aquino em entrevista ao O Globo

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