A sessão conjunta do Congresso Nacional que levou à aprovação de um novo projeto de resolução sobre a distribuição das emendas de relator, conhecidas como orçamento secreto, teve uma troca de farpas entre o líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes (MG), e o senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Renan apoiou desde o início a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência, mesmo quando o MDB sustentava o nome de Simone Tebet. Segundo ele, o PT demonstrou uma “incoerência brutal” ao encaminhar voto favorável ao projeto.
“Conheço a posição do presidente Lula, totalmente contrária à constitucionalidade da RP9 [nome técnico das emendas do orçamento secreto]. O encaminhamento do PT é totalmente incoerente com o que pensa o seu líder, o presidente eleito”, afirmou Renan no plenário.
Na sequência, Reginaldo Lopes disse achar “estranha” a tentativa de Renan de “dar lição ao PT sendo que o partido dele encaminhou sim em todos os processos de votação”. O petista também fez uma referência às disputas locais entre Renan e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), ambos políticos de Alagoas.
“Acho que o Brasil precisa ser pacificado. Temos a tarefa de pacificar e unificar o País. Espero que o Congresso não traga para esta casa as brigas do estado de Alagoas. Amo as praias de Alagoas, mas acho que o Brasil é muito maior que os interesses pessoais do senador Renan Calheiros.”
Lopes argumentou ainda que o projeto seria um “gesto importante” para corrigir os rumos do Congresso Nacional e que a modificação “aperfeiçoa” a execução das emendas de relator.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login