O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, disse, em depoimento à Polícia Federal, ter sido pressionado pelo presidente Jair Bolsonaro e por integrantes do partido a ajuizar ação no Tribunal Superior Eleitoral pedindo a anulação dos votos em urnas nas eleições de 2022.
O partido ingressou com a ação no dia 22 de novembro de 2022, alegando ‘mau funcionamento dos equipamentos’. A tese teve como base um relatório feito pelo Instituto Voto Legal, contratado pelo PL, para tentar alterar o resultado do segundo turno das eleições.
A ação questionou, à época, apenas o resultado do segundo turno das eleições, diante de supostas inconformidades apresentadas em algumas urnas, segundo o relatório que embasou a ação.
À PF, Valdemar disse que outros partidos da coligação, o Republicanos e o Progressistas, que integravam a coligação ‘Pelo Bem do Brasil’ não foram consultados sobre a ação. Também negou que as legendas tenham pago quantias ao Instituto Voto Livre. Já o PL pagou aproximadamente um milhão de reais ao Instituto Voto Legal, segundo Valdemar, com recursos próprios da legenda.
Pela ação, que não questionou os resultados do 1º turno das eleições, que elegeu dezenas de parlamentares do PL, a maior bancada da Câmara hoje, a coligação foi multada em R$ 22,9 milhões.
Aos policiais, Valdemar indica, em vários momentos, não ter concordado com o pedido, que teria sido feito apenas para ‘agradar’ o ex-capitão e seus aliados no partido.
“INDAGADO se o entao presidente JAIR BOLSONARO insistiu com o declarante para ajuizar ação no TSE questionando o resultado das urnas eletrônicas, respondeu QUE quando houve o vazamento do relatório do IVL, os deputados do Partido Liberal e entao presidente BOLSONARO o pressionaram para ajuizar tal ação no TSE”, diz um trecho do depoimento do líder do PL.
O depoimento de Valdemar tornou-se público depois de uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, de retirar o sigilo de todos os depoentes no curso do inquérito que investiga a tentativa de um suposto golpe de estado pelo governo Bolsonaro.
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