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2018 ou 2025? A alegação da defesa de Heleno ao STF sobre Alzheimer
O general começou a cumprir a pena de 26 anos de prisão por envolvimento na tentativa de golpe de Estado
A defesa de Augusto Heleno, condenado a 26 anos de prisão por participação na trama golpista, afirmou ao Supremo Tribunal Federal que o general só recebeu o diagnóstico de Alzheimer em janeiro deste ano.
A informação de que Heleno sofria com a doença desde 2018, alegam os advogados, constava somente do laudo de corpo de delito realizado após o ministro Alexandre de Moraes ordenar a prisão do militar, com o trânsito em julgado do processo sobre a trama golpista. Possivelmente houve, segundo a defesa, um erro do perito.
Nesta segunda-feira 1º, Moraes ordenou que peritos da Polícia Federal preparem em até 15 dias uma avaliação clínica completa do general, a fim de atestar que ele sofre de Alzheimer. “Em virtude de informações contraditórias, a análise do pedido formulado pela Defesa exige, inicialmente, a efetiva comprovação do diagnóstico de demência mista.”
Segundo a defesa, Heleno recebeu o diagnóstico de demência mista (Alzheimer e vascular) apenas em janeiro deste ano, mas sofria com um histórico psiquiátrico desde 2018: transtorno depressivo grave, com remissão em 2020; sintomas de ansiedade e queixas cognitivas em 2022; e falhas de memória progressivas ao longo de 2023. Uma avaliação neuropsicológica em 2024 já teria sugerido um “processo demencial”, confirmado no início de 2025 a partir de ressonância, exame de líquor e testes cognitivos, completaram os advogados.
A defesa já solicitou ao STF a concessão de prisão domiciliar humanitária para Heleno, solicitação endossada pela Procuradoria-Geral da República. Moraes só tende a decidir após receber os laudos da PF.
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