O Brasil relembra, com reportagens, filmes, livros, conferências e celebrações oficiais, os 60 anos do golpe de 1° de abril, início de uma ditadura sanguinária de 21 anos. O dia 10 de agosto marcará meio século da morte do frade dominicano Tito de Alencar Lima, que, preso, agredido e destruído psiquicamente nas salas de tortura, se enforcou na França, no verão europeu de 1974. O dever de memória nos leva a contar sua vida e seu engajamento com os dominicanos de São Paulo, aliados da Ação Libertadora Nacional, grupo de resistência criado por Carlos Marighella.
No prefácio do livro Um Homem Torturado − Nos Passos de Frei Tito de Alencar, de minha autoria e de Clarisse Meireles, lançado em 2014 pela editora Civilização Brasileira, o filósofo Vladimir Safatle escreveu: “Ao narrar a história de frei Tito a partir de um estudo exaustivo, Leneide e Clarisse fazem, no entanto, mais do que a reconstrução de processos históricos. Em certo momento, elas lembram desta afirmação feita por um torturador a Tito: ‘Se não falar, será quebrado por dentro, pois sabemos fazer as coisas sem deixar marcas visíveis’”.
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