O pastor Silas Malafaia decidiu entrar de cabeça na cruzada bolsonarista contra a vacinação de crianças entre 5 e 11 anos de idade. Em um dos seus perfis nas redes sociais, o religioso, que é apontado pelo clã Bolsonaro como principal conselheiro do presidente, fez 15 publicações seguidas nas últimas 24 horas criticando a aprovação da imunização infantil pela Anvisa. O pastor só ‘fugiu’ ao tema em duas postagens neste período.
O ataque à imunização de crianças ecoa a opinião negacionista de Jair Bolsonaro (PL) e sua equipe, em especial do ministro da Saúde Marcelo Queiroga, de que não há dados para justificar a vacinação infantil.
Mais cedo, Bolsonaro e Queiroga chegaram a afirmar que os óbitos de criança por Covid-19 ainda estariam dentro de um ‘patamar aceitável’ pelo governo federal. O argumento é repetido pelo religioso nas postagens.
Malafaia diz em suas publicações que ‘vacinar crianças seria um absurdo’ e insinua que há riscos para gerações futuras após a aplicação do imunizante da Pfizer. Nenhuma das afirmações do pastor tem sustentação no meio científico.
Para ele, a medida aprovada pela Anvisa de liberar a imunização de crianças atenderia a um interesse financeiro dos laboratórios. A medida, no entanto, é tida por especialistas ao redor do mundo como uma forma de conter o avanço da nova variante ômicron da Covid-19. Outros países já iniciaram a imunização da faixa etária mais jovem.
Parlamentares acionaram o Supremo Tribunal Federal contra Bolsonaro e Queiroga por tentarem atrasar o início da vacinação com a criação de uma consulta pública sobre o tema e determinações de medidas como exigência de receita médica e autorização dos pais para a vacinação. Estados já informaram, via Conass, que não seguirão as exigências do presidente.
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