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São Paulo/ Associados ao PCC

Ministério Público investiga milicianos que atuam na Cracolândia

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Mais de 1,3 mil agentes foram mobilizados na megaoperação – Imagem: SSP/PMSP/GOVSP
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Uma megaoperação na Cracolândia, na área central da capital paulista, busca desarticular uma milícia formada por guardas civis metropolitanos e policiais militares, suspeitos de vender “proteção” a comerciantes da redondeza. Coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo, a investida também mira líderes do PCC que controlam o tráfico de drogas na região.

Mais de 1,3 mil policiais civis, militares e rodoviários federais foram mobilizados para cumprir uma centena de mandados de busca e apreensão, um esforço hercúleo a envolver também promotores estaduais, procuradores do trabalho e fiscais das Receitas ­Estadual e Federal. Segundo o MP paulista, a milícia atuava em meio ao “ecossistema criminoso” da Cracolândia.

Além de extorquir comerciantes, os milicianos cobravam uma taxa para fazer vistas grossas à distribuição de drogas, além de ­atuar no comércio de autopeças, na receptação de celulares roubados e na venda de armas, atividades desenvolvidas com a colaboração de funcionários de hotéis, lojas e ferros-velhos. Criminosos do PCC também exploravam uma rede de prostituição e utilizavam o trabalho infantil em seus negócios.

Disque-denúncia contra fake news

A ministra Cármen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, anunciou, na terça-feira 6, o lançamento de um disque-denúncia para eleitores comunicarem suspeitas de fake news relacionadas às eleições municipais deste ano. O número 1491 já está em funcionamento e a ligação será gratuita. Os relatos recebidos serão analisados pelo Centro Integrado de Enfrentamento à Desinformação e Defesa da Democracia, que funciona na sede da Corte. Se a denúncia for considerada válida, ela será repassada à Polícia Federal e ao Ministério Público. “Será devidamente encaminhada para que, em tempo e velocidade recorde,a gente possa ter a resposta devida, para que a pessoa não se engane com aquilo que lhe é passado”, afirmou a ministra.

Saúde/ Descuido fatal

O Brasil ultrapassa a marca de 5 mil mortes por dengue

As falhas na prevenção cobram um elevado preço dos brasileiros – Imagem: Diego Marchi/Prefeitura do Guarujá

O Brasil registrou 5.008 mortes por dengue em 2024. O número é mais de quatro vezes superior ao aferido ao longo de todo o ano anterior, quando foram notificados 1.179 óbitos pela doença. Há ainda 2.137 mortes em investigação. De acordo com o Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde, o País contabiliza 6.449.380 casos prováveis de dengue. O coeficiente de incidência é de 3.176,1 casos para cada 100 mil habitantes.

Os dados revelam ainda que 55% dos casos prováveis se concentram entre mulheres e 45%, entre homens. O grupo de 20 a 29 anos apresenta o maior índice de contágio, seguido pelos de 30 a 39 anos e de 40 a 49 anos.

O estado de São Paulo lidera o ranking nacional de infecções, com 2.066.346 de casos prováveis. Em seguida estão Minas Gerais (1.696.909), Paraná (644.507) e Santa Catarina (363.850). Quando se considera o coeficiente de incidência da moléstia, o Distrito Federal assume o primeiro lugar, com 9.749,7 casos para cada grupo de 100 mil habitantes.

Venezuela/ O sucessor de Guaidó

Opositor de Maduro se autoproclama presidente e pede apoio militar

González Urrutia denuncia fraude e diz ter vencido no voto popular – Imagem: Redes Sociais

Dez dias após o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela anunciar a reeleição de Nicolás ­Maduro com 52% dos votos, o principal candidato da oposição, Edmundo ­González Urrutia, autoproclamou-se presidente do ­país na segunda-feira 5, pedindo apoio de militares para assumir o cargo. A manobra teve pouco efeito prático. À época no comando da Assembleia Nacional, Juan Guaidó também se declarou presidente em 2019, mas só conseguiu ser recebido com honras de chefes de Estado por figuras como Jair Bolsonaro.

A oposição venezuelana afirma ter obtido a maioria dos votos e acusa Maduro de fraudar o pleito. A demora do CNE para apresentar as atas eleitorais só reforçou as desconfianças da comunidade internacional.

Em carta conjunta assinada com outra liderança da oposição, a ex-deputada María ­Corina Machado, Gonzáles Urrutia fez um “apelo público à consciência” dos militares e pede que os soldados e oficiais de baixa patente “fiquem do lado do povo e de seus familiares”. Quanto ao comando das Forças Armadas, a carta afirma que “a alta cúpula se alinha a Maduro e seus interesses vis”. Não se sabe o efeito sobre a tropa, mas o apelo foi prontamente rechaçado pelo ministro da Defesa, general Vladimir ­Padrino: “Rejeitamos veementemente as abordagens desesperadas e sediciosas”.

Enquanto persistem os protestos nas ruas contra o atual governo e a repressão policial, no âmbito diplomático a situação de ­Maduro ficou mais difícil após o governo dos EUA afirmar que o candidato opositor venceu as eleições. “Isso não significa que vamos reconhecer González como presidente interino”, tratou de esclarecer Matthew Miller, porta-voz da Casa Branca. Por ora, ­Washington ainda aposta na negociação multilateral conduzida pelos governos de Brasil, México e ­Colômbia com Maduro, em busca da solução para um impasse com alto teor explosivo.

O Nobel pede paz

Com a persistência dos saques e depredações que levaram centenas de milhares de pessoas às ruas de Daca após a renúncia da premier de Bangladesh, Sheikh Hasina, o economista Muhamadd Yunus, escolhido para conduzir o processo de transição até as próximas eleições no país, pediu calma à população na quarta-feira 7: “Se tomarmos o caminho da violência, tudo estará perdido”, disse o vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2006. Os tumultos se intensificaram depois que Hasina fugiu para a Índia de helicóptero. A premier enfrentava uma onda de protestos estudantis desde que anunciou um sistema de cotas no serviço público que favorecia descendentes de veteranos de guerra, sua base eleitoral.

Publicado na edição n° 1323 de CartaCapital, em 14 de agosto de 2024.

Este texto aparece na edição impressa de CartaCapital sob o título ‘A Semana’

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