Jair Bolsonaro escolheu a dedo seus assessores militares, todos eles empreendedores de sucesso. Mesmo com remuneração mensal de 12,8 mil reais paga pelo Exército e um penduricalho de 2,2 mil reais para atuar como ajudante de ordens do então presidente, o primeiro-tenente Osmar Crivelatti movimentou quase 2,7 milhões de reais em suas contas correntes entre 2021 e junho de 2023. A informação consta em um informe da Receita Federal para a CPI dos Atos Golpistas, que acabou vazado para a mídia.
Convocado a depor na terça-feira 19, Crivelatti fugiu do compromisso, amparado por uma decisão do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, para quem o comparecimento do militar não era obrigatório. Nomeado por Bolsonaro, o magistrado observou que Crivelatti foi convocado na condição de testemunha, mas também é investigado pela CPI. Não é, portanto, obrigado a produzir provas contra si, razão pela qual foi autorizado a faltar no depoimento ou mesmo se recusar a responder as perguntas. Além de ter as quebras de sigilos telemático, bancário, telefônico e fiscal aprovadas pelo colegiado, o tenente também foi alvo de mandados de busca e apreensão autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes.
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