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Prefeito de São Paulo retoma rodízio tradicional após falta de adesão ao isolamento social

Bruno Covas diz que rodízio extenso deu resultado, mas o isolamento ainda foi insuficiente e que a cidade está chegando ao limite

O prefeito da cidade de São Paulo, Bruno Covas (PSDB). Foto: Governo do Estado de São Paulo
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O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSBD), anunciou neste sábado 17 o retorno do rodízio tradicional na cidade. Em coletiva de imprensa, o tucano alegou que o rodízio temporário de 50% da frota do município retirou das ruas mais de 1,2 milhão de veículos por dia, mas a adesão ao isolamento social subiu de apenas 46% para 48%, um nível ainda “insuficiente”.

Covas disse que a medida não pode servir de “desculpa para que as pessoas se sintam à vontade” para circular pela cidade e que é necessário aumentar o isolamento social rapidamente. Segundo o prefeito, o município está ficando sem opções e chegando ao limite. “Estamos mais próximos do colapso do sistema de saúde do que gostaríamos”, afirmou.

Para tentar diminuir a circulação de pessoas na cidade, Covas enviou à Câmara Municipal um projeto de lei em regime de urgência para adiantar os feriados municipais de Corpus Christi e da Consciência Negra. O prefeito irá pedir para que o governador João Doria (PSDB) faça o mesmo em nível estadual.

Na mesma entrevista, o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido (PSDB), afirmou que em 15 dias o sistema de saúde da cidade estará “profundamente comprometido mesmo com todo esforço feito até agora”.

Segundo Aparecido, 89% dos leitos de UTI em hospitais públicos já estão ocupados, sendo que esse nível chega a 100% em seis locais. No setor privado, dos 1,4 mil leitos de UTI criados para lidar com a COVID-19, 97% estão sendo usados. As vagas em enfermaria estão 76% ocupadas.

O secretário afirmou que há mais de 135 mil casos suspeitos de COVID-19 no município (mais de 38 mil confirmados), 2,766 mil óbitos confirmados e mais de 3,1 mil suspeitos.

Os dados, segundo ele, mostram que entre 9 de abril e 15 de maio houve um aumento número de mortes de 432% na cidade. Além disso, os óbitos por síndrome respiratória aguda grave passaram de 27 entre 17 de marco e 31 de abril de 2019 para mais de 2,2 mil no mesmo período de 2020.

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