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O alerta de vice-líder do governo sobre a necessidade de renovação no PT

Uma pesquisa Quaest apontou duas figuras competitivas na extrema-direita de olho em 2026

O alerta de vice-líder do governo sobre a necessidade de renovação no PT
O alerta de vice-líder do governo sobre a necessidade de renovação no PT
Lula, Pablo Marçal e Tarcísio de Freitas. Fotos: Angela Weiss/AFP, Renato Pizzutto/Band e Marco Galvão/Alesp
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Vice-líder do governo Lula (PT) na Câmara, o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) alertou neste domingo 13, em contato com CartaCapital, para a necessidade de o Partido dos Trabalhadores trabalhar pela formação de uma nova geração de lideranças.

A advertência ocorreu após uma pesquisa Genial/Quaest testar um cenário para a eleição presidencial de 2026 com Lula, o ex-coach Pablo Marçal (PRTB) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Lula lidera as intenções de voto com 32% nesse recorte, ante 18% de Marçal e 15% de Tarcísio.

O levantamento reforça um racha da direita (e da extrema-direita) com a inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL). Lula conserva 71% dos eleitores que votaram nele no segundo turno de 2022, enquanto os votos do ex-capitão se diluem entre Marçal (33%) e Tarcísio (32%). Indecisos são 11% no caso do petista e 18% no do ex-presidente.

Reginaldo Lopes avalia que, enquanto a extrema-direita adiciona uma figura aparentemente competitiva ao jogo (Marçal), a esquerda continua dependente apenas de Lula.

“O Lula foi crucial ao tirar o País da miséria e do Mapa da Fome, mas hoje a fome é por inovação, inclusão e crescimento sustentável”, analisa o deputado. Segundo ele, as novas lideranças precisam estar “conectadas à voz das ruas” e compreender as necessidades do trabalhador moderno.

O deputado entende que a extrema-direita tem conquistado corações e mentes entre os mais pobres, ainda que ofereça um caminho ilusório para resolver os problemas e se baseie na desinformação.

“Se não atuarmos de forma decisiva, não apenas melhorando a nossa comunicação, mas também na execução de políticas públicas que realmente atendam às necessidades do povo, perderemos esse espaço”, diz Lopes. Assim, o PT precisa ser “vanguarda” para viabilizar lideranças atualizadas e conectadas com as novas demandas, de acordo com ele.

As entrevistas para a pesquisa da Quaest foram realizadas nacionalmente com 2.000 eleitores entre 25 e 29 de setembro (antes, portanto, de Marçal divulgar um laudo falso contra Guilherme Boulos, do PSOL, a dois dias da eleição para a prefeitura de São Paulo).

No recorte por região, Lula expõe sua força no Nordeste. Ali, também chama a atenção o índice de intenção de voto de Marçal, mais que o dobro de Tarcísio:

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Marçal também desponta diante da questão: “caso Bolsonaro não seja candidato, quem é o candidato mais forte contra Lula?”. O influenciador contabiliza 15%, tecnicamente empatado com Tarcísio (13%) e com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, do PL (12%).

A essa pergunta, porém, chega a 49% o universo dos que não sabem ou não responderam.

Segundo Felipe Nunes, diretor da Quaest, os dados da pesquisa apontam para duas consequências das eleições municipais: 1) Marçal nacionalizou seu nome e 2) surgiu um novo pesonagem no eleitorado antipetista para disputar o espólio de Bolsonaro.

“Michelle, Tarcísio e Marçal tem o mesmo percentual de força para enfrentar Lula em 26 na avaliação do eleitorado de Bolsonaro”, resume o cientista político. “Ao mesmo tempo, isso vai exigir muito mais trabalho e estratégia de nomes como Zema, Caiado e Ratinho, se quiserem mesmo ser candidatos em 26.”

Com problemas em série na Justiça Eleitoral, porém, ainda é incerto se Marçal estará elegível para uma eventual empreitada daqui a dois anos.

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