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Mulheres protestam e espalham cartazes em Rua Samuel Klein

O grupo se reuniu em frente à sede das Casas Bahia, em São Caetano do Sul, em protesto diante das revelações pela ‘Agência Pública’

Mulheres protestam e espalham cartazes em Rua Samuel Klein
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Na tarde dessa quinta-feira, 29, um grupo de mulheres se reuniu na frente da sede das Casas Bahia, em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, em protesto diante das revelações pela Agência Pública de um suposto esquema de abuso infantil e exploração de mulheres mantido por décadas pelo fundador da gigante do varejo, Samuel Klein. Além de Samuel, já falecido, seu filho Saul também foi apontado por dezenas de mulheres como autor de violência sexual. O caso segue em investigação.

A manifestação ocorreu na frente do escritório principal, curiosamente localizado na Rua Samuel Klein, batizada em memória ao empresário que faleceu aos 91 anos, em novembro de 2014. Na Câmara de Vereadores já circula a iniciativa do mandato “Mulheres por + Direitos”, do PSOL, em trocar o nome para Rua 08 de Março, em homenagem às mulheres.

Na entrada do prédio, mulheres seguraram a faixa “Mulheres Unidas por Justiça”  e colaram cartazes nos postes próximos ligando o fundador da rede de varejo à pedofilia. Não houve policiamento no local e a manifestação terminou de forma pacífica.

Segundo revelação da Pública, baseada em dezenas de depoimentos, além de vídeos e documentos em inquéritos que nunca prosperaram na justiça brasileira, Samuel Klein teria desenvolvido uma extensa rede de aliciamento de crianças, adolescentes e jovens mulheres para exploração sexual em um quarto acostado em seu gabinete, como também em casas de veraneio no litoral de São Paulo e Rio de Janeiro.

Em nota à imprensa, a Via Varejo, administradora das Casas Bahia desde 2011, informou que a família Klein não exerce ou exerceu qualquer papel de controle na companhia. Informou ainda que é signatária de diversos acordos e compromissos que oferecem parâmetros institucionais de conduta e que repudia toda e qualquer prática de assédio, práticas ilegais e condutas discriminatórias de sua dependência.

A família Klein, por sua vez, afirmou em nota à Pública que recebeu a notícia sobre Samuel com muita tristeza e lamentou ele não estar vivo para se defender. Quanto a Saul, seu advogado nega as acusações contra seu cliente.

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