A Petrobras, diria um poeta, é uma estrela no céu do Brasil. Certamente, trata-se do símbolo mais eficaz da nossa independência, não somente econômica, mas também política. Já houve tempo em que as piores intenções ameaçaram a empresa. Tratou-se de movimentos entreguistas, destinados a favorecer as companhias estrangeiras, à espreita do momento da ganância irresponsável que muitas vezes prejudicou profundamente o País. Segundo o relato de André Barrocal, nosso homem em Brasília, em 1995, primeiro ano do governo de Fernando Henrique Cardoso, o Congresso quebrou o monopólio da Petrobras em pesquisa, lavra, refino, transporte de petróleo e gás natural. “Na prática foi permitida a entrada de petroleiras privadas, basicamente estrangeiras, nestes setores. A proposta de mudar a Constituição foi enviada ao Congresso depois de apenas dois meses de governo de FHC.”
Lembremos que Fernando Henrique, ao longo de dois mandatos, conseguiu quebrar o Brasil por três vezes na esteira da crise econômica a abalar a Europa. O FMI mandava no Brasil, endividado até o pescoço. O buraco financeiro foi fechado por Lula, eleito em 2002 e empossado em 2003. O acima assinado não se surpreendeu com os movimentos e as decisões do então presidente tucano, o qual, é bom recordar, comprara os votos de deputados para se reeleger. Sempre desconfiei da figura na lembrança de uma conversa à qual assisti durante a terceira greve deflagrada por Lula, então presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema, travada em um bar situado logo atrás da fábrica da Volkswagen, onde Lula costumava tomar cachaça com cambuci.
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