Mestres de entreguismo

FHC e José Serra tentaram, felizmente sem sucesso, favorecer as companhias estrangeiras

Imagem: Marcelo Ximenez/Estadão Conteúdo

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A Petrobras, diria um poeta, é uma estrela no céu do Brasil. Certamente, trata-se do símbolo mais eficaz da nossa independência, não somente econômica, mas também política. Já houve tempo em que as piores intenções ameaçaram a empresa. Tratou-se de movimentos entreguistas, destinados a favorecer as companhias estrangeiras, à espreita do momento da ganância irresponsável que muitas vezes prejudicou profundamente o País. Segundo o relato de André Barrocal, nosso homem em Brasília, em 1995, primeiro ano do governo de Fernando Henrique Cardoso, o Congresso quebrou o monopólio da Petrobras em pesquisa, lavra, refino, transporte de petróleo e gás natural. “Na prática foi permitida a entrada de petroleiras privadas, basicamente estrangeiras, nestes setores. A proposta de mudar a Constituição foi enviada ao Congresso depois de apenas dois meses de governo de FHC.”

Lembremos que Fernando Henrique, ao longo de dois mandatos, conseguiu quebrar o Brasil por três vezes na esteira da crise econômica a abalar a Europa. O FMI mandava no Brasil, endividado até o pescoço. O buraco financeiro foi fechado por Lula, eleito em 2002 e empossado em 2003. O acima assinado não se surpreendeu com os movimentos e as decisões do então presidente tucano, o qual, é bom recordar, comprara os votos de deputados para se reeleger. Sempre desconfiei da figura na lembrança de uma conversa à qual assisti durante a terceira greve deflagrada por Lula, então presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema, travada em um bar situado logo atrás da fábrica da Volkswagen, onde Lula costumava tomar cachaça com cambuci.

Dilma foi o antídoto do desastre antes de ser derrubada pelo golpe comandado por Michel Temer – Imagem: Juca Varella/ABR e Lula Marques/Agência PT

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4 comentários

CESAR AUGUSTO HULSENDEGER 6 de outubro de 2023 16h14
Embora ainda falte muito para a Petrobras retomar seu protagonismo, mesmo com uma direção que se diz progressista. O tempo dirá?
PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 8 de outubro de 2023 05h03
Por mais fingido que seja em relação a democracia, o senhor FHC levou a fundo o projeto neoliberal de privatizar para não dizer doar as empresas nacionais a interesses escusos, prosseguido por Michel Temer e, se acaso fosse vencedor Bolsonaro, que daria o tiro de misericórdia para levar a cabo todo o patrimônio nacional construído com muito sangue e suor de líderes como Getúlio Vargas a fim de decretar a verdadeira independência do Brasil. Os tucanos se declaravam ideologicamente como aves de cunho social democratas, mas na verdade sempre foram neoliberais e representantes dos interesses internacionais, como já bem disse o velho Leonel Brizola. Eis que Lula, agora tenta resgatar o papel da Petrobras de empresa genuinamente nacional e que sirva aos interesses do país e do povo brasileiro, prezado Mino!
José Carlos Gama 10 de outubro de 2023 21h40
Todos os países do mundo tem seus traidores, por aqui, a velha direitona transvertida em democrática, sempre cumpriu essa papel pondo a mercê dos ricos mundias nossas prosperas empresas sem antes sucatea-las para fazer jus ao entreguismo e batendo continência ao neo-liberalismo thatcheriano.
Theo Wacker Afonso 10 de outubro de 2023 23h12
Bolsonaro também tentou entregar a Petrobras. É um dos pontos do Velho populismo de direita, se vende uma estatal à preço de banana e usa o dinheiro só no ano eleitoral, como fez Bolsonaro, tentando agradar o povo e o mercado. Por sorte mantemos pública a mais estratégica empresa do país, que demorou anos para virar o que hoje. O neoliberalismo Brasileiro tem como um dos objetivos atuais entregar o petróleo à interesses financeiros privatizando a Petrobras. Só torço por um futuro melhor.

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