Depois que a usina de cana-de-açúcar chegou aqui, nunca mais produzimos mel como antes”, afirma o apicultor Edson Ferreira da Silva, morador do assentamento Estrela Dalva, no Pontal do Paranapanema, interior de São Paulo. A aplicação indevida de agrotóxicos nos cultivos tem matado milhões de abelhas – não só na área rural paulista. Nas últimas semanas, morreram mais de 100 milhões em Mato Grosso e 80 milhões na Bahia. Nos dois casos foi identificado o uso do pesticida fipronil, extremamente nocivo para insetos polinizadores.
O fipronil é proibido em diversos países da União Europeia, mas está entre os 48 agrotóxicos liberados no Brasil em fevereiro deste ano pelo Ministério da Agricultura. O atual ministro, Carlos Fávaro, ostenta um currículo que inclui passagens como presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso e vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja do Brasil, entre outros órgãos ligados ao agronegócio. CartaCapital procurou o ministério em busca de explicações a respeito da liberação dos produtos, mas não obteve resposta.
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