Gosto de fel

As abelhas são as mais recentes vítimas do uso indiscriminado de agrotóxicos de Norte a Sul no Brasil

Massacre. Cerca de 100 milhões de abelhas em Mato Grosso e outros 80 milhões na Bahia morreram nas últimas semanas. As mortes estão ligadas à pulverização

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Depois que a usina de cana-de-açúcar chegou aqui, nunca mais produzimos mel como antes”, afirma o apicultor Edson Ferreira da Silva, morador do assentamento Estrela Dalva, no Pontal do Paranapanema, interior de São Paulo. A aplicação indevida de agrotóxicos nos cultivos tem matado milhões de abelhas – não só na área rural paulista. Nas últimas semanas, morreram mais de 100 milhões em Mato Grosso e 80 milhões na Bahia. Nos dois casos foi identificado o uso do pesticida fipronil, extremamente nocivo para insetos polinizadores.

O fipronil é proibido em diversos ­paí­ses da União Europeia, mas está entre os 48 agrotóxicos liberados no Brasil em fevereiro deste ano pelo Ministério da Agricultura. O atual ministro, Carlos Fávaro, ostenta um currículo que inclui passagens como presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso e vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja do Brasil, entre outros órgãos ligados ao agronegócio. CartaCapital procurou o ministério em busca de explicações a respeito da liberação dos produtos, mas não obteve resposta.

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1 comentário

ricardo fernandes de oliveira 7 de agosto de 2023 11h36
De acordo com a carta capital, lula não sabia que o indivíduo que estava nomeando para ser ministro da agricultura faria isso. É tão criminoso quanto o ministro. O ritmo de liberação de registros de agrotóxicos no governo atual mantém o mesmo ritmo do anterior

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