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Golpe à vista?

O semipresidencialismo proposto por Lira é rechaçado por presidenciáveis

Golpe à vista?
Golpe à vista?
Imagem: Paulo Sérgio/Ag. Senado
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Bandeira do presidente da Câmara, Arthur Lira, a proposta que pretende instaurar o semipresidencialismo no Brasil é um golpe. Esse foi o recado passado por diversos pré-candidatos à Presidência da República. Terceiro colocado nas pesquisas, Ciro Gomes, do PDT, lembrou que o presidencialismo é cláusula pétrea da Constituição e que, no plebiscito de 1993, “quase 70% dos brasileiros rejeitaram o parlamentarismo”. O pedetista acrescentou que, caso Lira leve a proposta adiante, vai entrar na Justiça.

O tucano João Doria, por sua vez, disse que “o debate é válido”, mas que não deveria ser feito em ano eleitoral. Já Simone Tebet, do MDB, avalia que uma mudança desse porte precisa partir da sociedade e faz um alerta: “Precisamos de semipresidencialismo com este Congresso?” Alheio às críticas, Lira já disse aos líderes partidários que pretende votar ainda este ano a PEC que trata do tema. A ideia do chefe do Centrão é de que o semipresidencialismo passe a vigorar nas eleições de 2030.

Eleições vigiadas

Tanto fez Bolsonaro que o Brasil entrou no indesejável clube de países que precisam ter suas eleições vigiadas por atores externos. Após três anos de ameaças à democracia e das recentes insinuações do presidente de que poderá não reconhecer o resultado eleitoral, o TSE convidou representantes da União Europeia para observar o processo de votação e apuração dos votos em outubro e também em um eventual segundo turno. Segundo a Reuters, convites semelhantes foram enviados à OEA, ao Parlamento do Mercosul e à Fundação Internacional para Assuntos Eleitorais.

Forças Armadas/ Sempre alerta

A Defesa autorizou compras milionárias de Viagra e próteses penianas

A satisfação dos militares em primeiríssimo lugar – Imagem: Marcos Corrêa/PR

O Ministério da Defesa aprovou a compra de 60 ­próteses penianas para unidades ligadas ao Exército, revela um levantamento do deputado federal Elias Vaz, do PSB. Conforme os registros obtidos pelo parlamentar no Portal da Transparência, o custo aproxima-se de 3,5 milhões de reais.

Ao todo, foram três pregões em 2021 para a aquisição de próteses infláveis de silicone. Um deles, para a compra de dez próteses ao custo de 50,1 mil reais cada uma, previa o direcionamento para o Hospital Militar de Área de São Paulo. O segundo, para 20 unidades ao custo unitário de 57,6 mil reais, seria para o Hospital Militar de Área de Campo Grande. O terceiro, para 30 próteses a 60,7 mil reais cada uma, também seria para a unidade paulista.

“O povo brasileiro sofre para conseguir medicamentos nas unidades de saúde e um grupo é atendido com próteses caríssimas”, critica o parlamentar. Na segunda-feira 11, Vaz e o colega Marcelo Freixo encaminharam uma representação ao MPF, solicitando investigação sobre a compra de 35 mil comprimidos de Viagra pelas Forças Armadas. Os remédios teriam sido adquiridos com sobrepreço de até 143%.

EUA/ Pânico em Nova York

Atirador deixa 16 feridos, dez deles baleados, no metrô do Brooklyn

O caso é tratado como um ataque terrorista – Imagem: Redes sociais

Em mais um episódio de violência com uso de arma de fogo nos EUA, uma estação de metrô em Nova York foi palco de cenas de terror e desespero entre os passageiros que estavam no local, na manhã da terça 12 de abril. Ao menos 16 pessoas ficaram feridas, dez delas baleadas, após um ataque a tiros em um terminal no Brooklyn. A suspeita é de que um homem, usando máscara de gás, teria lançado uma bomba de fumaça antes de começar a atirar a esmo. Depois do crime, ele fugiu sem ser detido.

A governadora de Nova York, Kathy ­Hochul, afirmou que o caso não está sendo investigado como ato terrorista. A polícia também descartou a existência de explosivos ativos na região do crime. O incidente é mais um capítulo da violência que acontece com certa frequência nos EUA. Segundo o site Gun Violence Archive, 40 mil norte-americanos morrem por ano vítimas de armas de fogo, incluindo os que cometem suicídio. Na véspera do crime, o presidente Joe Biden anunciou novas medidas para restringir o acesso a armas, sobretudo em relação às chamadas “armas fantasma”, difíceis de rastrear por serem de fabricação caseira.

Trégua de Páscoa

Na tradicional missa da Praça de São Pedro, no domingo 10, o papa Francisco clamou por uma trégua na guerra da Rússia contra a Ucrânia, que dura quase dois meses. “Baixem as armas”, pediu, apelando para o espírito da Páscoa como forma de selar a paz entre os dois países. “Deixem a trégua de Páscoa começar. Não para se rearmar e voltar ao combate, mas uma trégua para alcançar a paz por meio de negociações reais”, afirmou o pontífice para uma multidão que acompanhava a Missa de Ramos. Uma semana antes, Francisco beijou uma bandeira da Ucrânia e sinalizou que pode viajar até Kiev, a capital, uma das áreas mais atingidas no conflito.

Paquistão/ O novo premier

O Parlamento elege o líder da oposição após queda de Khan

Shafi recebeu 174 votos dos 342 parlamentares paquistaneses – Imagem: PID/AFP

Desde a segunda-feira 11, o Paquistão tem um novo primeiro-ministro, o líder da Liga Muçulmana, Shehbaz Shafi. O novo premier recebeu 174 votos dos 342 parlamentares, dois dias após a queda do seu antecessor, Imran Khan, afastado do cargo depois de receber uma moção de censura por não cumprir as promessas de combater a corrupção e recuperar a economia em seguida à pandemia de Covid-19. Shafi é irmão mais novo de Nawaz Sharif, que foi três vezes primeiro-ministro, e, em 2017, acabou preso por corrupção.

O novo premier tem pela frente o desafio de controlar a situação econômica do Paquistão, que enfrenta inflação alta, desvalorização da moeda e dívidas crescentes. Com população de 220 milhões de habitantes, o ­país detém acervo considerável de armas nucleares. Deposto, Khan se diz vítima de um golpe orquestrado pelos EUA, em resposta às duras críticas que vinha fazendo à política de Washington no Iraque e no Afeganistão. A Casa Branca nega as acusações.

PUBLICADO NA EDIÇÃO Nº 1204 DE CARTACAPITAL, EM 20 DE ABRIL DE 2022.

Este texto aparece na edição impressa de CartaCapital sob o título “A Semana”

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