Cartas Capitais

A chantagem de Trump
Talvez seja hora de o Brasil buscar alternativas a esse mercado volátil dos EUA. E, na pressa, sempre resta o nosso mercado interno, com mais de 200 milhões de bocas prontas para consumir a produção encalhada.
Suely Almeida

O que se pode esperar de um ditador travestido de democrata? A postura de Trump sempre foi clara, desde a sua primeira eleição. Ele ainda representa aqueles velhos EUA, que colocavam e derrubavam governos a seu bel-prazer. A diferença é que, antes, havia mais dissimulação. Hoje, nem isso. A democracia nunca foi o ponto forte dos EUA, nem mesmo para os próprios norte-americanos.
Jair Alberto de Araújo

De fato, Trump se perturba com o crescente peso político e econômico dos BRICS, até porque o bloco evidencia o quanto a nação ianque torna-se, dia após dia, mais dispensável para o mundo. Devemos, porém, estar atentos ao envolvimento pessoal de Trump com as querelas bolsonarescas nestes trópicos, ainda mais por abrigar o filho do ex-capitão em seu séquito mais próximo de apaniguados e bajuladores. Assim como nada garante que Trump aceitará transferir o cargo em 2028, tampouco há garantias de que um novo 8 de Janeiro não esteja sendo tramado nas sombras – ou nos esgotos – do poder.
Santiago Artur Wessner

Bolsonaro taxou o agro brasileiro. Os produtores que fizeram Pix para ele e para o Bana­ninha devem estar radiantes…
Odair Cieplak

Os desafios do PT
O PT precisa mesmo reconquistar sua militância e voltar a ocupar as ruas. Lançar novos nomes para as próximas eleições não basta. ­Esses nomes precisam estar alinhados com os interesses do povo, nunca do capital.
Paulo Sérgio Cordeiro Santos

A vida fora da casa-grande
O Brasil ratificou o protocolo da OIT, reforçando seu compromisso no combate ao trabalho forçado. Com isso, o País oficializou a ­adesão a um dos principais instrumentos internacionais de enfrentamento às formas modernas de exploração, como o tráfico de pessoas, a servidão por dívidas e outras práticas análogas à escravidão. No entanto, sem auditores-fiscais do Trabalho em número suficiente, essa ratificação corre o risco de se tornar apenas uma formalidade, sem efetividade alguma. Recompor o quadro de servidores é medida urgente para proteger os trabalhadores e garantir que o Brasil honre os acordos que assina.
Roseane das Neves

O Estado falha também na fiscalização. Atualmente, temos a menor quantidade de auditores-fiscais do Trabalho dos últimos 35 anos. Fala-se em falta de orçamento, o que é uma justificativa absurda. O Brasil não pode simplesmente fechar os ­olhos para mais de 1 milhão de pessoas que aqui vivem em condições análogas à escravidão.
Janaína Sousa