Cartas Capitais

O labirinto de Maduro
Lula parece comparar, equivocadamente, a situação na Venezuela com a do Brasil em 8 de janeiro de 2023. Tal comparação não cabe, embora se saiba haver interesses na confusão venezuelana. Tenho o maior respeito por Celso Amorim, mas ele tem de ter cuidado com o que diz, para que não usem as suas falas de modo descontextualizado. Enquanto os militares apoiarem Maduro, ele não cai. Simples assim.
César Augusto Hulsendeger

A farsa
Maduro sabia que seria cobrada transparência nas apurações das urnas. Tanto é fato que ele havia aceito, inicialmente, observadores internacionais. Por que declinou do acordo? Se os resultados proclamados pelo Conselho Nacional Eleitoral são verdadeiros, por qual razão colocar entulhos de dúvidas sobre o direito de ser diplomado vencedor? Se a autodeterminação dos povos garante que ditadores de plantão e seus comparsas persigam opositores, se apossem das riquezas do país e ­condenem milhões de cidadãos à miséria, a que serve mesmo esse respeito?
Williams Costa Cantanhede

Esporte também é política
A relação entre investimento no esporte por meio do Bolsa Atleta e outras modalidades de incentivo precisa ser mais bem comunicada à população, para não parecer que o desempenho se deve apenas a méritos pessoais, como se medalhistas surgissem do nada. Em Paris, também temos a melhor expressão do pódio negro e feminino, com a esperança de que a sociedade reveja seus conceitos e preconceitos.
Adilson Gonçalves

Ferida aberta
Em pleno 2024, ainda existem os que apoiam a ditadura com discursos vazios, de quem só viu a “parte boa” da falsa segurança da época. Tantas famílias destruídas… Uma parte triste e vergonhosa da nossa história!
Érika Pezzin

ERRATA
Um erro de edição na reportagem “No sufoco”, publicada na edição 1322, resultou na indevida atribuição de uma declaração de José Antonio Diegues, professor do Instituto de Economia da Unicamp, ao econo­mista José Augusto Gaspar Ruas, da ­Facamp. O texto já foi corrigido na versão publicada no site de ­CartaCapital. Reproduzimos, a seguir, a análise de Diegues: “Temos as ­tecnologias para as áreas de energia eólica e solar, que funcionam muito bem. A tecnologia a gente não domina em solar, que é mais complicada. Desde 2003, com um programa de leilões direcionados no governo Lula, para incentivar essas tecnologias, criou-se um mercado relevante em eólica, e também em solar, que já tem um impacto bastante significativo na descarbonização. Quanto aos automóveis, há a ideia do híbrido flex, que tem uma pegada de carbono menor, e foi bem desenhada, no Nova Indústria Brasil, toda a política de transição para os veículos elétricos, com mecanismos de incentivo para a nacionalização, para pesquisa e desenvolvimento, ­para investimento em determinadas áreas, crédito financeiro para investimento. ­Isso está dando resultado, é só olhar os investimentos no setor de automóveis
para os próximos anos”.