Cartas Capitais

Até a última gota
Lula acertou ao não pagar os tais dividendos extraordinários para os acionistas da Petrobras, a despeito da gritaria do mercado e da mídia servil a ele. Se o governo pretende reinvestir o lucro na empresa petrolífera, isso significa maior valorização da Petrobras e uma mudança de estratégia para torná-la mais eficiente, forte e competitiva, sem se desfazer de ativo algum para garantir a prospecção futura.
Paulo Sérgio Cordeiro

Confusão na Petrobras
Que crise? Por acaso, segurar recursos para reinvestir na própria empresa agora é crise? Eu, hein, é cada uma.
Marcus Marques

A questão evangélica
Reza a lenda que, depois da terceira derrota eleitoral, Lula sinalizou para um cacique do PT, o Zé Dirceu, a necessidade de postura mais palatável para o eleitor e as instituições à direita, a começar pelo mercado. As alas mais contundentes do partido perderam força e a corrente pragmática prevaleceu. Seja como for, é evidente a promiscuidade com os donos do poder desde 2003. Tudo o que a esquerda tradicional sempre abominou na política em algum momento fez parte ou se beneficiou das ações do governo, inclusive os evangélicos. Essa covardia é uma tragédia nacional.
Francisco Pedro Gonçalves

Os corruptos eram eles
Bem se vê: o espírito lavajatista continua vivo, principalmente no público que foi lobotomizado pela espetacularização da mídia.
Pedro Henrique Soares

A Lava Jato não tinha por objetivo punir quem roubou, e sim tirar Lula das eleições. Se fosse para investigar até o fim, não daria tempo para produzir resultados eleitorais. Passaram o carro na frente dos bois e deu no que deu. Na Justiça não basta convicção. É preciso ter provas concretas.
José Antônio Machado

Caixa-preta
Nos EUA, quando há um escândalo de corrupção, só são punidas pessoas físicas, não as jurídicas. As empresas são preservadas. No entanto, por mais que Sergio Moro e Deltan Dallagnol tenham destruído as companhias investigadas, é exagero afirmar que eles “quebraram a economia brasileira”.
Fabrício Santos

ERRATA
Ao contrário do publicado na reportagem “Para inglês ver”, o presidente da ANPD, Waldemar Gonçalves ­Ortunho Júnior, não foi reconduzido ao cargo no fim do governo Bolsonaro. Na verdade, em outubro de 2022, a ANPD assumiu o status de uma autarquia especial, com garantia de autonomia administrativa e financeira. Seu mandato sempre foi de seis anos e vence em 2026. O trecho já foi corrigido no site de CartaCapital.