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Boulos vai processar juíza que diz que ele será recebido “a bala”

Desembargadora já disse que Marielle era ligada a traficantes e que Jean Wyllys não valeria a bala que o mataria

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O coordenador do MTST, Guilherme Boulos, vai processar a juíza desembargadora Marília Castro Neves do TJ-RJ, que celebrou nesta quinta-feira 17 o decreto presidencial que flexibiliza a posse de armas. A magistrada escreveu em sua conta de Twitter que, a partir de agora, Guilherme Boulos será “recebido a bala”aonde for..

“É uma despreparada, desqualificada para o cargo, que vai responder na Justiça por isso”, resumiu o líder do MTST, em entrevista à CartaCapital.

Por mais violento que tenha sido a publicação da juíza,, no entanto, não chegou a surpreender Boulos. “Pelo histórico dela, de acusar Marielle de ser ligada a bandidos, por ter dito que o Jean Wyllys merecia morrer, o que ela disse sobre mim não foi surpresa.”

A magistrada achou por bem postar isso em sua conta no Twitter

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É verdade o que diz Boulos. Eleitora declarada de Jair Bolsonaro, Neves causou indignação em abril deste, poucos dias após o assassinato de Marielle Franco, ao dizer no Facebook que a vereadora carioca pelo PSOL seria ligada a bandidos. Meses depois, ela declarou que o deputado federal Jean Wyllys (PSOL/RJ) “não valeria a bala” que o mataria.

Tais declarações de Marília Castro Neves não geraram qualquer tipo de punição para a magistrada. Ela segue exercendo sua função constitucional de julgar com imparcialidade todos os casos que chegam na sua vara.

Boulos acredita que, após a eleição de Bolsonaro, elementos mais truculentos da sociedade se sentem mas à vontade para “não apenas falar, mas fazer o que bem entendem. Isso tem a ver com o fato de o presidente já ter incitado a violência”.

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“É um perigo para a sociedade como um todo, essa glorificação da ideia de que se pode fazer justiça com as próprias mãos, amarrar pessoas ao poste, etc. O decreto do Bolsonaro (que facilitou a posse de armas) estimula isso.”

O líder do movimento dos Trabalhadores Sem Teto, porém, diz que não vai se intimidar com o tipo de declaração feita pela juíza. “Sei dos riscos, mas não vamos recuar”, disse ele.

Para debater os recentes desenvolvimentos na área de segurança, lideranças e grupos de esquerda marcaram para a próxima terça-feira 22, às 19 horas, um debate no vão livre do Masp, em São Paulo, com a presença confirmada de Guilherme Boulos.

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