Bolsonaro diz que Brasil se saiu bem na economia e saúde durante a pandemia

Presidente, que participou de Convenção Nacional das Assembleias de Deus, disse que País volta à normalidade neste ano

Foto: Sergio Lima / AFP

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O presidente Jair Bolsonaro elogiou, neste sábado 19, as medidas do governo federal no combate à pandemia do novo coronavírus.

Em discurso na Convenção Nacional das Assembleias de Deus no Brasil Ministério Madureira, em Brasília, o presidente enalteceu as ações na economia e na saúde.

“Na parte econômica, o Brasil foi o que melhor se saiu. Quis o destino que na área de saúde, ao se deixar de politizar a única alternativa que tínhamos, começou-se a salvar mais vidas”, afirmou Bolsonaro. “Naquela época, até mesmo a chacota se fez presente e hoje estamos vendo que estávamos no caminho certo. Voltaremos à normalidade no corrente ano”, completou.

 


 

Abandono de pesquisa

 

O governo federal está, desde junho, sem planos para um novo inquérito sorológico da Covid-19 em escala nacional.

O Ministério da Saúde alega que trabalha em conjunto com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desde que a parceria com a Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) foi encerrada.

No entanto, o próprio IBGE afirma que não tem nenhum detalhe dos planos da pasta comandada pelo general Eduardo Pazuello.

Especialistas afirmam que há falta de interesse do governo, especialmente do alto escalão do Ministério, em compreender a situação da epidemia por meio de pesquisas continuadas.

A UFPel, que fez as três primeiras fases do inquérito no País – considerado o maior do mundo na época –, precisou buscar por outras fontes de financiamento e publicou, com um atraso de dois meses, a quarta fase da pesquisa.

Apesar de ter conseguido angariar os fundos, o reitor da universidade lamenta o período de apagão de monitoramento nos meses em que a média diária de mortes estava em cerca de mil pessoas.

Com o encerramento do contrato, que foi firmado na gestão do ministro Luis Henrique Mandetta, o Ministério da Saúde alegou que planejava trabalhar com a base de dados da PNAD COVID-19, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios feita pelo IBGE, para medir os impactos da pandemia na renda, emprego, moradia e saúde da população.

“O Ministério da Saúde está trabalhando em conjunto com o IBGE para que seja realizado, a partir da amostra da PNAD COVID-19, um inquérito de soroprevalência de COVID-19 com o objetivo de estimar a prevalência da infecção pelos vírus SARS-CoV2 em residentes das capitais, unidades federadas e regiões do país”, diz a pasta.

O IBGE afirma que “não tem nenhuma informação” sobre a suposta parceria planejada. Além disso, o órgão confirma que a PNAD COVID-19 continuará por telefone. Isso impediria a aplicação de testes para identificar a porcentagem da população que foi ou não infectada pelo vírus – o cerne do inquérito sorológico.

Fontes ouvidas por CartaCapital afirmam que, quando o governo mencionou a parceria, a notícia gerou apreensão dentro do IBGE por não vir acompanhada de mais detalhes sobre possíveis protocolos de segurança para os entrevistadores.


 

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