“Não dá para ser infiel, isso não serei com certeza”, afirmou Cláudio Castro, em dezembro, ao reiterar o apoio à reeleição de Jair Bolsonaro durante uma coletiva de imprensa no Palácio Guanabara. Igualmente preocupado em se reeleger, o governador do Rio de Janeiro dava como favas contadas o socorro financeiro do governo federal ao estado, mas acabou apunhalado pelo ex-capitão. Após o Tesouro Nacional e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional se manifestarem pela rejeição do plano de recuperação fiscal fluminense, Castro terá de recorrer ao Supremo Tribunal Federal para se manter no programa e assegurar a continuidade da suspensão na cobrança das dívidas bilionárias do Rio com a União.
Em parecer, o Tesouro apontou a “precariedade” do plano de Castro, lastreado em “premissas técnicas frágeis” para reequilibrar as contas do estado. O Rio foi o primeiro a aderir ao Regime de Recuperação Fiscal, criado em 2017 para socorrer estados endividados. Em troca de um alívio no pagamento das dívidas com a União, os optantes se comprometem a adotar rígidas medidas de austeridade fiscal. Após mudanças nas regras do programa, o governo fluminense pleiteou uma nova adesão. Entre os problemas apontados pelo Tesouro figura a previsão de reajustes salariais aos servidores durante a vigência do regime. Apenas neste ano, a despesa com pessoal subiria 17,1%. Em 2023, a alta seria de 8,9%.
Lulinha livre
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