Sociedade

Após caso Ágatha, ONG arrecada brinquedos para crianças do Complexo do Alemão

Entidade distribuirá doações como solidariedade a crianças que moram onde menina de 8 anos foi morta por tiro de fuzil

Após caso Ágatha, ONG arrecada brinquedos para crianças do Complexo do Alemão
Após caso Ágatha, ONG arrecada brinquedos para crianças do Complexo do Alemão
(Foto: Reprodução/Rio da Paz)
Apoie Siga-nos no

A ONG Rio de Paz promove, neste domingo 29, uma ação para arrecadar brinquedos a crianças do Complexo do Alemão, onde a menina Ágatha Félix, de 8 anos, foi morta por um tiro de fuzil, em 20 de agosto.

O ato ocorre no Aterro do Flamengo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. No local, a organização instalou placas com os nomes das 59 crianças que foram vítimas de bala perdida no estado no período entre 2007 e 2019.

Segundo a ONG, os brinquedos recolhidos serão distribuídos no Dia das Crianças, em 12 de outubro. O fundador da entidade, Antônio Carlos Costa, publicou um vídeo nas redes sociais para atrair doações.

“Imagine a cena: os seus amiguinhos de sala de aula, voltando para a escola e perguntando pela Ágatha e tomando conhecimento de que ela foi morta por um tiro de fuzil. Imagine essa criança ouvindo alguém dizer que esse tipo de crime só acontece na favela e que o outro lado da cidade não se importa”, disse o presidente da ONG. “É uma expressão de solidariedade que vai fazer com que esses meninos e meninas se sintam objeto do nosso apreço.”

Segundo levantamento da Rio de Paz, 52% das crianças mortas por balas perdidas no estado do Rio de Janeiro entre 2007 e setembro de 2019 foram vítimas de tiroteios entre policiais e bandidos.

O estudo também aponta que 82% das ocorrências foram registradas em favelas. A pesquisa usou como base 57 casos noticiados pela imprensa no período. A entidade é filiada ao Departamento de Informação Pública da Organização das Nações Unidas (ONU).

Ágatha foi baleada dentro de uma kombi com a mãe, por volta das 21h30, em uma das ruas da comunidade da Fazendinha. Segundo a família de Ágatha, a polícia militar foi responsável pelo tiro que matou a menina. Já a PM argumenta que agentes foram alvejados por bandidos e houve troca de tiros.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo