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Quais problemas que podem te atrapalhar na hora do sexo anal?

Normalmente quem tem alguma doença orificial apresenta algum tipo de sintoma

Foto: Pexels
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Quem pratica sexo anal pode enfrentar algumas dificuldades, principalmente se for acometido por algum tipo de doença orificial – que são doenças que acometem o ânus e o reto. Normalmente quem tem alguma doença orificial apresenta algum tipo de sintoma. Os mais comuns são: dor no ânus, sangue nas fezes e coceira.

Hoje vamos falar um pouco sobre os três tipos principais de doenças orificiais: doença hemorroidária, fissura e fístula anal, e a suas relações com o sexo anal.

Hemorroidas

O que são? Estruturas conhecidas como coxins preenchidas por sangue localizadas em nosso ânus. Ajudam na continência das fezes, ou seja, a segurar o cocô. Todo mundo nasce com hemorroidas.

Sintomas: pessoas podem apresentar sintomas relacionados às hemorroidas. Os mais comuns são sangue nas fezes, dor anal, aumento de tamanho das mesmas ou que “saíram pra fora”. Quando a hemorroida é sintomática, chamamos de doença hemorroidária.

Causas: sexo anal não causa hemorroida, pois nós já nascemos com elas, porém podem piorar os sintomas de doença hemorroidária em quem já tem uma predisposição. Intestino preso, obesidade, gestação e alimentos muito apimentados também podem piorar esses sintomas. 

Prevenção: dietas ricas em fibras, higiene adequada sem papel higiênico e banhos de assento podem ajudar a prevenir e diminuir esses sintomas. Ficar muito tempo sentado no vaso sanitário distraído com smartphones ou alguma leitura é desaconselhável em quem sofre de doença hemorroidária.

Tratamento: tratamentos com pomadas com anestésicos e anti-inflamatórios, além de medicações conhecidas como flavonoides, usados para varizes, também podem ser utilizados. A doença hemorroidária seria como “varizes dos vasos do ânus”.

Cirurgia: em casos específicos pode ser indicado o tratamento cirúrgico, por isso é importante deixar claro para o seu médico que você pratica sexo anal para que ele possa te indicar a melhor técnica cirúrgica.

Fissura anal

O que são? Pequenas feridas na bordas do ânus, de causa não-infecciosa, ou seja, não é uma infecção sexualmente transmissível (IST).

Sintomas: Dor anal, principalmente durante as evacuações, é o sintoma mais comum.  Pode também ocorrer sangramento nas fezes e coceira eventual.

Causas: constipação intestinal, músculo esfíncter do ânus muito contraído e relação anal sem os cuidados adequados são as principais causas de fissura anal.

Prevenção: controlar a constipação intestinal com uma dieta rica em fibras, aumento da ingesta de líquidos e a prática regular de exercícios físicos são fundamentais em quem tem uma tendência a formar fissuras. A relação anal deve sempre ocorrer com muito lubrificante, de preferência os a base de água e silicone, e não forçar a penetração se estiver com dor intensa, pois provavelmente nessa hora o esfíncter anal está muito contraído e essa é a condição ideal para se formar uma fissura.

Tratamento: o tratamento da fissura envolve medidas higiênico-dietéticas (dieta rica em fibras, não usar o papel e banhos de assento), e quando necessário, o uso de laxantes a ser prescrito pelo seu médico. Pomadas manipuladas com substâncias que ajudam a relaxar a musculatura do seu ânus também podem ser utilizadas, como os nitratos e os bloqueadores de canais de cálcio. Pode também ser feita uma aplicação de toxina botulínica (Botox®), que também ajuda no relaxamento do esfíncter.

Cirurgia: fissuras crônicas, que não melhoram com o tratamento clínico apresentado acima, devem ser tratadas cirurgicamente. Existem duas modalidades: uma que retira o tecido fibroso da fissura que não cicatriza, também conhecido como fissurectomia, e outra que, além da fissurectomia, também realiza uma secção parcial do músculo esfíncter interno do ânus, também conhecida por esfincterotomia parcial.

Fístula anal

O que são? São trajetos causados por algum processo inflamatório na região do reto e do ânus, que causam orifícios dos quais fica drenando pus.

Sintomas: normalmente queixam-se de orifícios ao redor do ânus com saída de pus, mas muitos podem confundir com sangramento ou saída de fezes. Podem causar também dor e febre, devido ao processo inflamatório local.

Causas: uma das causas é o entupimento de glândulas do ânus produtoras de muco, o que forma um abscesso, e o trajeto que fica da drenagem do abscesso é a fístula anal. Algumas doenças auto-imunes, como retocolite ulcerativa e doença de Crohn também podem formar fístulas ao redor do ânus. Pessoas que praticam sexo anal e vivem com HIV têm um risco maior de desenvolverem fístulas também.

Prevenção:  melhora do hábito intestinal, tratamento das doenças de base (Crohn, HIV) e prática do sexo anal com os cuidados necessários podem ajudar na prevenção, mas muitas vezes o abscesso e a fístula anal ocorrem espontaneamente.

Tratamento: além de todas aquelas medidas envolvendo dieta e higiene da doença hemorroidária e da fissura, o diagnóstico correto e o tratamento com antibióticos é fundamental. Fístulas podem resolver só com o tratamento clínico, porém a forma mais definitiva de resolvê-las é o tratamento cirúrgico.

Cirurgia: existem alguns métodos, alguns utilizam cola de fibrina ou entram no trajeto com câmeras para poder fechá-lo. Mas esses métodos apresentam uma taxa de recidiva que não é desprezível. O método tradicional faz uma abertura ao longo do trajeto fistuloso e deixa cicatrizar sem dar pontos. Porém em casos no qual a fístula passa por trás do músculo esfincteriano, às vezes é necessário deixar uma espécie de dreno, conhecido com “sedenho”, para poder fibrosar o trajeto e não comprometer a continência das fezes.

Caso apresente algum dos sintomas apresentados, é aconselhável procurar um médico coloproctologista ou cirurgião para o diagnóstico e tratamento adequados.

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