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A história do Primeiro de Maio

‘Que as lutas das trabalhadoras e trabalhadores do passado nos inspirem no presente’, escreve Chico D’Angelo

A história do Primeiro de Maio
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Foto: iStock
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A origem do Dia Internacional dos Trabalhadores remonta aos episódios que ocorreram em 1886, em Chicago, nos Estados Unidos. Naquele ano, trabalhadores iniciaram uma greve que buscava, sobretudo, reduzir a jornada de trabalho, que chegava a 17 horas por dia, para oito horas diárias. A greve começou no dia 1 de maio e mobilizou mais de 300 mil trabalhadores, organizados por anarquistas e socialistas.

Em 1889, a Segunda Internacional Socialista decidiu convocar manifestações para o primeiro dia de maio, para lembrar dos operários de Chicago e estimular a luta pela jornada de 8 horas. Em 1891, a polícia atacou os manifestantes de 1 de Maio na França, resultando na morte de dez trabalhadores, coisa que reforçou o simbolismo da data entre trabalhadores do mundo inteiro, fortaleceu a data e o caráter de lutas laborais que ela expressa.

A luta pelos direitos dos trabalhadores no Brasil está muito ligada aos imigrantes pobres europeus que aqui chegaram no início do século XX e organizaram grandes greves em busca de melhores condições de trabalho, como as de 1917, em São Paulo, e as de 1919, no Rio de Janeiro.

No Brasil, em 1925, a data passou a ser feriado nacional, em medida sancionada pelo governo do presidente Arthur Bernardes. Nas décadas de 1930 e 1940, o 1 de maio foi o feriado escolhido pelo presidente Getúlio Vargas para anunciar leis de proteção ao trabalho negociadas com os trabalhadores.

Em um contexto atual, de desmonte das políticas de proteção às trabalhadoras e trabalhadores, retomar a tradição altamente politizada e de lutas da data é imprescindível. O dia é mais de lutas que de comemorações. O trabalhador brasileiro está sob ataque.

O ministro Paulo Guedes, neoliberal que cresceu na barra da saia da ditadura de Pinochet no Chile, declarou recentemente que um dos “problemas” do Brasil era o desejo dos brasileiros de viver 100 anos, o que acabava onerando o estado. Gente, para o ministro, parece ser só um detalhe incomodo e uma economia a serviço do capital.

Para o ministro, inimigo da classe trabalhadora e lacaio de rentistas, política de bem estar social e proteção ao trabalho são propostas subversivas que devem ser refutadas. Guedes, ao menos, é coerente com o projeto genocida do governo a que serve.

A batalha é árdua, mas não esmoreceremos. Que as lutas das trabalhadoras e trabalhadores do passado nos inspirem no presente e sejam faróis que iluminem um futuro de justiça social e igualdade!

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