Parlatório

Lula pede “revolução” no PT e lideranças com “mais coragem”

Em discurso ao lado de liderança espanhola, ex-presidente questiona: “Queremos salvar a nossa pele, cargos, ou projeto?”

Lula ao lado do espanhol Felipe González
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Depois de admitir a religiosos, no final de semana, que a popularidade da presidenta Dilma Rousseff e a sua própria estão no “volume morto”, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a tecer duras críticas ao PT, legenda que precisaria não só de novos líderes como de uma “revolução interna”.

As declarações foram feitas nesta segunda-feira 22 ao lado do ex-presidente da Espanha Felipe González, palestrante convidado para falar na conferência “Novos Desafios da Democracia”, promovida pelo Instituto Lula em parceria com as Fundações Friedrich Ebert e Perseu Abramo.

Em seu discurso, Lula admitiu que o “o PT precisa construir uma nova utopia”, uma “revolução interna no partido”. “Queremos salvar a nossa pele, nossos cargos, ou queremos salvar o nosso projeto?”, questionou o ex-presidente em dura insinuação ao partido que fundou há 35 anos.

Para Lula, o PT “precisa, urgentemente, voltar a falar para a juventude” e formar novos lideres. “Fico pensando se não está na hora de fazer uma revolução neste partido e ter lideranças mais jovens, ousadas, com mais coragem.”

Sobre o presente, lamentos. O petista alertou para a necessidade de a sigla aprender a lidar com as novas tecnologias para “brigar melhor na internet, nas redes sociais” e porque “não há espaço na mídia tradicional para os grupos de esquerda”.

Sobre seu governo, Lula afirmou que seu “maior legado” foi o exercício da democracia. Ele lembrou das 74 conferências realizadas em seus dois mandatos para discutir políticas públicas. Mas concluiu fazendo nova admissão: “Quando você é oposição, é muito fácil. Você pensa, acha, acredita. No governo, tem de fazer e tomar posições”.

Mas e se o PT não se emendar? Que surja outra legenda. “Dos movimentos de hoje, que surja um partido melhor que o PT, mas que surja. Porque quando se nega a política, o que vem é muito pior.” 

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