Parlatório

Aécio Neves: impeachment não está na agenda do PSDB

Os tucanos vão apoiar os atos do domingo 15, mas sem pedir o afastamento de Dilma Rousseff do Planalto

Reunião da Executiva do PSDB, em 2019.
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O presidente nacional do PSDB e candidato do partido nas eleições presidenciais de 2014, senador Aécio Neves (MG), rejeitou nesta quarta-feira 11 a possibilidade de a sigla comandada por ele pedir o impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT). O partido, entretanto, vai apoiar as manifestações de domingo 15, quando diversos movimentos convocaram atos pela derrubada da petista.

“Nós não proibimos nem estamos proibidos de dizer a palavra impeachment, ela somente não está na agenda do PSDB. Mas desconhecer que setores da sociedade defendem essa tese é desconhecer a realidade. Mas essa não é a agenda, neste momento, do PSDB”, disse Aécio após reunião da Executiva do partido, segundo o portal Terra.

Na segunda-feira 9, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso já havia manifestado pouca empolgação com a tese do impeachmentNão adianta nada tirar a presidente“, afirmou ele. “Se exauriu o modelo de presidencialismo de coalizão, que na verdade é um presidencialismo de cooptação. O sistema político está esgotado”, disse.

Aécio disse que não participará das manifestações para não reforçar a tese, falsa segundo ele, de que os protestos tratam-se de um “terceiro turno” das eleições presidenciais. Tanto Dilma Rousseff quanto o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, classificaram os pedidos de impeachment como uma tentativa de provocar uma reviravolta nas eleições de outubro. “Para não caracterizar esse movimento como algo partidário, até porque quanto menos partidário ele for, mais expressivo e mais consistente ele será, o PSDB estará nas ruas com seus militantes, mas sem a presença institucional de seu presidente”, disse Aécio.

Em nota, o PSDB manifestou solidariedade aos manifestantes, que vão às ruas, segundo o partido, por conta da “flagrante degradação moral e do desastre econômico-social promovidos pelo governo Dilma Rousseff”. Para os tucanos, os protestos não consistem em terceiro turno”, mas significam a exigência de que é preciso realizar uma “rigorosa apuração de responsabilidades sobre a corrupção endêmica incrustada no corpo do estado nacional”.

Confira a íntegra da nota do PSDB:

O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) se solidariza com as manifestações de indignação dos brasileiros diante da flagrante degradação moral e do desastre econômico-social promovidos pelo governo Dilma Rousseff.

O PSDB defende a livre manifestação de opinião e o direito à expressão dos cidadãos e, portanto, apoia os atos pacíficos e democráticos convocados para o próximo dia 15 de março em todo o país.

Mais do que uma garantia constitucional, a liberdade de pensamento e de crítica é fundamento essencial para o fortalecimento da vida democrática e o enraizamento social dos valores republicanos.

O PSDB repudia a atitude daqueles que, em nome de seus interesses partidários, cerceiam e deturpam o direito à livre manifestação, e tentam convencer a população de que a crítica aos governantes se confunde com atentados contra a ordem institucional e o Estado de Direito.

Na verdade, ao contrário de que alguns tentam fazer crer, os protestos que ocorrem nas redes sociais e nas ruas não defendem um terceiro turno, mas a rigorosa apuração de responsabilidades sobre a corrupção endêmica incrustada no corpo do estado nacional, e cobra o abandono dos compromissos assumidos publicamente com a população. São manifestações legítimas de um país que vive em plena democracia e se posiciona perante múltiplas e graves crises.

Acreditamos que a participação popular melhora as instituições e eleva os padrões de governança pública. Por isso, o PSDB, através de seus militantes, simpatizantes e várias de suas lideranças participará, ao lado de brasileiros de todas as regiões do país, desse movimento apartidário que surge do mais legítimo sentimento de indignação da sociedade brasileira.

O PSDB reitera seu compromisso com todos os que desejam um país mais forte, íntegro, justo, solidário e democrático.

Senador Aécio Neves
Presidente Nacional do PSDB

Senador Cássio Cunha Lima
Líder do PSDB no Senado Federal

Deputado Carlos Sampaio
Líder do PSDB na Câmara dos Deputados

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