Parlatório
Empresa alemã diz ter pago 1 milhão de euros em propina na Copa
Funcionários de uma subsidiária da Bilfinger no Brasil subornaram autoridades públicas em contratos para equipar centros de segurança em grandes cidades brasileiras


A empresa alemã de engenharia Bilfinger divulgou nota, nesta quinta-feira 26, em que afirma ter descoberto, por meio de auditoria interna, que pagou pouco menos de 1 milhão de euros (aproximadamente 3,48 milhões de reais) para fazer serviços relacionados à segurança da Copa do Mundo no Brasil.
A propina teria ficado no Brasil, mas não foi informado qual o paradeiro do valor. Ainda segundo a empresa alemã, o resultado das investigações será repassado à Controladoria Geral da União (CGU). A Bilfinger já havia informado, no domingo 22, que a apurava a informação de que funcionários de uma subsidiária no Brasil teriam subornado autoridades públicas em contratos para equipar centros de segurança em grandes cidades brasileiras. Por conta disso, o Ministério da Justiça determinou a instauração de análise “imediata” de licitações envolvendo a subsidiária da empresa alemã no Brasil.
“No curso das investigações internas sobre possíveis violações de conformidade, a Bilfinger decidiu rever as atividades de empresas ativas no Brasil. Depois de olhar para todas as transações contábeis de anos anteriores, a informação atual indica que os pagamentos indevidos existiram no total de menos de 1 milhão de euros”, diz o comunicado.
Leia a nota na íntegra:
“No curso das investigações internas sobre possíveis violações de conformidade, a Bilfinger decidiu rever as atividades de empresas ativas no Brasil. Depois de olhar para todas as transações contábeis de anos anteriores, a informação atual indica que os pagamentos indevidos existiram no total de menos de 1 milhão de euros.
A Bilfinger informou à autoridade brasileira responsável – CGU (Controladoria-Geral da União). Após a conclusão de suas investigações internas, a Bilfinger irá fornecer os resultados à CGU e continuará a apoiar investigação sobre o incidente.
A investigação foi iniciada com base em conclusões internas de Bilfinger. Além de seus próprios peritos, a empresa contratou a auditoria Ernst & Young, bem como os auditores da Deloitte, além de um escritório de advocacia especializado no Brasil.”
Leia na íntegra a nota da Controladoria-Geral da União:
“O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Valdir Simão, determinou na última segunda-feira (23/03) um aprofundamento da análise dos contratos envolvendo a empresa Bilfinger, tendo como base as auditorias já realizadas pelo órgão.
Além disso, a Controladoria fará a apuração sobre eventuais pagamentos ilícitos na Copa do Mundo – 2014 com base na Lei Anticorrupção.
A CGU recebeu ontem uma sinalização da empresa alemã de que pretende colaborar com as autoridades brasileiras para apuração dos fatos. Cabe destacar que ainda não houve nenhuma formalização neste sentido.”
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.