Fora da Faria

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O emprego está em casa

Recorde de lançamentos impulsionado pelo Minha Casa, Minha Vida reflete confiança na economia, mas o aperto no crédito ameaça frear o setor

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O lançamento de imóveis em São Paulo novos foi recorde em 2024, chegando a 104,4 mil novas unidades. A informação é do SECOVI-SP, que contabilizou um aumento de 43% sobre 2023. Do total de lançamentos, 83% têm até 45 metros quadrados. Do total, 63% estão dentro do Minha Casa, Minha Vida. Em 2023 a participação do programa nos lançamentos foi de 50%. Os dados de venda ainda não estão fechados. Mas a expectativa do setor é que gire ao redor de 100 mil unidades vendidas.

Para 2025, contudo, os números ainda são obscuros. Mas dificilmente haverá um crescimento. A culpa? Os juros mais altos. Numa estimativa da ABECIP – Associação Brasileira de Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança, a perspectiva é de uma redução de 10% no número de financiamentos.  Em 2024, o volume financiado foi de 186,7 bilhões de reais, com crescimento de 22,3% em relação a 2023.

Comprar um imóvel, para o brasileiro, tem um componente emocional forte. A percepção de segurança pessoal vem das paredes ao redor. Envolve uma noção de pertencimento e realização, especialmente para a baixa renda. Os lançamentos do MCMV cresceram no ano passado 79% em relação a 2023, focados exatamente nesse segmento.

Assumir o compromisso financeiro de longo prazo é uma decisão racional, mas que passa também uma sensação de construção da própria vida. Esse compromisso tem relação com um grau de confiança no futuro. É fruto da redução do desemprego que o país está vivendo, que chegou ao menor índice desde 2012. Os juros altos, no entanto, podem demolir o crescimento do setor.

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