Fora da Faria
Uma coluna de negócios focada na economia real.
Fora da Faria
O Brasil e a crise das bolsas
Entre plágios e calotes, o mercado de bolsas parece mais arriscado que a própria Bolsa de Valores


Investir na bolsa sempre foi arriscado. Mas agora o negócio parece ser um risco que está a tiracolo. Primeiro foi o caso da Renner. As lojas da bandeira estavam comercializando uma bolsa similar à vendida pela marca brasileira DL Store por um valor muito vezes inferior. A original era vendida por 890 reais e similar era encontrada na Renner por 199. As empresas chegaram a um acordo e a Renner pagou à DL Store 100 mil reais. Depois houve o caso de uma influencer que informou que suas bolsas foram roubadas em uma estação de esqui na França. Logo a seguir estourou mais uma queda das bolsas. As acusações de calote do site Desapego Legal, que vende bolsas de luxo de segunda mão. As perdas de quem entrou no brechó de luxo para ganhar algum trocado, somadas, chegariam a 5 milhões de reais.
Agora a Restoque – dona da Le Lis Blanc foi condenada por “violação de marca” em um caso, adivinhem, envolvendo uma bolsa. A K2, atual proprietária da marca Zoomp, acusou a Le Lis Blanc de vender uma bolsa com um raio que seria uma cópia do icônico logotipo da marca. A K2 comprou a marca Zoomp em um leilão judicial em 2009. O processo começou em 2018 e a decisão final saiu agora. A Restoque deverá pagar à K2 164 mil reais. No Processo a K2 informa que a Zoomp voltará ao mercado. Haja volatilidade.
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Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
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